
Crédito, Reuters
- Author, James Landale & Patrick Jackson
- Role, Da BBC News
No terceiro aniversário da invasão russa da Ucrânia, os Estados Unidos surpreenderam diplomatas e aliados ao ficar do lado da Rússia em duas votações nas Nações Unidas na segunda-feira (24/2).
Então, os EUA elaboraram e votaram uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que pedia o fim do conflito, mas não continha nenhuma crítica à Rússia.
O Conselho de Segurança aprovou a resolução, mas dois aliados importantes dos EUA — o Reino Unido e a França — se abstiveram depois que suas tentativas de alterar a redação foram vetadas.
As resoluções da ONU foram apresentadas no mesmo dia em que o presidente francês, Emmanuel Macron, visitou Trump na Casa Branca em uma tentativa de abordar suas diferenças acentuadas sobre a guerra.
Na quinta-feira (27/2), o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também visitará o novo líder americano.
Isso ficou evidente no plenário da Assembleia Geral da ONU, diante de seus 193 membros, quando diplomatas dos EUA pressionaram pela aprovação de sua resolução que se limitava a lamentar a perda de vidas durante o “conflito Rússia-Ucrânia” e pedir um fim rápido ao conflito.
Diplomatas europeus apresentaram um texto mais detalhado, responsabilizando a Rússia por sua invasão em grande escala e apoiando a soberania e a integridade territorial da Ucrânia.
“Precisamos reconfirmar que a agressão deve ser condenada e desacreditada, não recompensada”, disse a vice-ministra das Relações Exteriores da Ucrânia, Mariana Betsa.
Os membros da Assembleia Geral da ONU apoiaram a resolução europeia por 93 votos, mas, para a surpresa de todos, os EUA não se abstiveram e votaram contra a medida, junto com Rússia, Israel, Coreia do Norte, Sudão, Belarus, Hungria e outros 11 Estados, com 65 abstenções.
A Assembleia Geral da ONU também aprovou a resolução dos EUA, mas somente depois que ela foi alterada para incluir linguagem de apoio à Ucrânia, o que levou os EUA a se absterem.
No Conselho de Segurança da ONU, que contém apenas 15 membros e é muito mais poderoso, a resolução não alterada dos EUA — que pedia o fim do conflito, mas não continha críticas à Rússia — foi aprovada por 10 votos, com a abstenção de Reino Unido, França, Dinamarca, Grécia e Eslovênia.
A enviada interina dos EUA na ONU, Dorothy Camille Shea, descreveu a resolução dos EUA como uma “declaração histórica simples… que olha para frente, não para trás. Uma resolução focada em uma ideia simples: acabar com a guerra”.
Raramente os EUA estiveram tão em desacordo com seus aliados europeus.
Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, há três anos, o Conselho de Segurança está em um impasse pelo poder da Rússia. A Rússia é um dos cinco membros permanentes, e tem poder para vetar qualquer resolução do Conselho.
Por esse motivo, a Assembleia Geral tem sido o principal fórum para debater a guerra. Mas suas resoluções não são juridicamente obrigatórias para os Estados-membros, ao contrário das do Conselho de Segurança.
Fonte.:BBC NEWS BRASIL