Há uma série de alterações de saúde que podem explicar a sensação de sono e cansaço excessivo durante o dia: alguma doença não tratada, deficiências nutricionais como a falta de vitaminas ou até mesmo uma noite mal dormida.

Mas, quando a pessoa dormiu bem e nenhum exame constata qualquer alteração capaz de justificar a sonolência durante o dia, podemos estar diante do problema conhecido como hipersonia idiopática.

O “idiopática” do nome já entrega o mistério em torno dessa condição: essa palavra é usada quando a medicina ainda não encontrou uma explicação para a origem de um determinado problema de saúde. Mas, embora raro, esse diagnóstico existe e pode afetar bastante a qualidade de vida dos afetados.

Entenda melhor esse problema.

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Como surge a hipersonia idiopática?

A ciência ainda tenta entender o que está por trás da hipersonia idiopática, mas não se sabe o que desencadeia esse problema. Possíveis explicações incluem questões genéticas, respostas autoimunes do organismo e alguma possível alteração na rotina ou ritmo de sono que intensifique sintomas que antes não eram perceptíveis.

Sabe-se que, no caso da narcolepsia, um problema que também pode levar a sonolência excessiva durante o dia, alguns pacientes parecem ter uma origem autoimune para o problema. Mas essa conexão ainda é apenas uma hipótese e ainda não tem evidências conclusivas no caso da hipersonia idiopática.

Sintomas e diagnóstico

O sintoma mais característico da hipersonia idiopática é a sonolência excessiva durante o dia, que ocorre mesmo se a pessoa teve uma boa noite de sono. Dormir por mais tempo ou tirar sonecas não resolve a sensação de cansaço.

Os problemas de sono podem levar a sintomas secundários como problemas de equilíbrio, coordenação, concentração e memória durante o dia.

Por se tratar de uma condição rara, a hipersonia idiopática não costuma ser a primeira suspeita diante dos sintomas. Médicos consideram os sintomas, o histórico familiar e individual do paciente (o que inclui uso de substâncias e medicamentos), exames laboratoriais e de imagem, além de avaliações específicas sobre como a pessoa dorme, como uma polissonografia e um diário de sono.

Se nenhuma causa fisiológica for encontrada para a sonolência, o caso pode acabar sendo definido como uma hipersonia idiopática.

Tem tratamento?

A hipersonia idiopática não tem cura definitiva, mas uma série de medicamentos tem se mostrado efetiva para controlar alguns casos. Remédios para narcolepsia já foram utilizados com sucesso em algumas situações. A terapia cognitivo-comportamental, associada aos fármacos, também pode ajudar alguns pacientes.

Em 2021, a FDA (“Anvisa norte-americana”) também aprovou pela primeira vez um medicamento com indicação específica para a hipersonia idiopática, chamado Xywav, que combina em seu princípio ativo os oxibatos de cálcio, sódio, magnésio e potássio. O remédio ainda não tem registro para comercialização no mercado brasileiro.