SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A 25ª Vara Criminal da Justiça de São Paulo condenou a mais de 26 anos de prisão, em regime fechado, o homem acusado de ter matado o agente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) José Domingos da Silva, durante o roubo de sua aliança, em 13 de março deste ano. O crime foi na região da Vila Sônia, zona oeste paulistana.
O julgamento, por videoconferência, ocorreu na última segunda-feira (14) em uma sala do Fórum Criminal de São Paulo, na Barra Funda. O réu -Luan Schiavoto Gomes Gabriel, 25- ficou algemado. A reportagem não localizou sua defesa. Em audiência, ele negou participação nos crimes.
Ao todo, Luan foi condenado a 26 anos e 8 meses de reclusão por latrocínio (roubo seguido de morte). Na sentença, o juiz expressa que o réu não tem direito a anistia, graça ou indulto. Cabe recurso da decisão.
O agente de trânsito trabalhava na rua Osiris Magalhães de Almeida, nas proximidades da avenida Professor Francisco Morato, quando foi baleado, por volta das 8h45.
Minutos antes, por volta das 8h20, uma outra pessoa tinha sido vítima de um roubo de aliança no Campo Limpo, bairro vizinho na zona sul. Luan foi condenado pelos dois crimes.
Um outro homem também é acusado de ter participado. Conforme o documento de sentença, que a reportagem teve acesso, ele não compareceu à audiência da última segunda-feira, apesar de ter defesa constituída. O juiz Carlos Alberto Corrêa de Almeida Oliveira determinou que os processos sejam desmembrados e deu prazo de 15 dias para manifestação.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Luan para saber se ele vai recorrer da decisão.
O réu permaneceu em silêncio na audiência de segunda-feira, respondendo apenas às perguntas feitas pelo seu advogado. E negou ter participado dos roubos e ter matado o agente da CET.
Por meio da câmera corporal de Silva foi possível visualizar que ele estava aplicando uma multa em um caminhão, quando foi abordado por um homem em uma moto, que anunciou o assalto. Pouco depois foi efetuado o disparo.
O texto da sentença mostra que há semelhança nos dois casos. No primeiro, a vítima contou que estava caminhando de volta para casa, e que próximo a seu condomínio, viu uma moto passar por ele e que outra estava estacionada mais a frente. O condutor desse veículo estava com capacete aberto olhando para ele.
“Quando chegou perto olhou de novo e viu o réu Luan sacando a arma e anunciando o assalto, dizendo ‘vai vai, você é policial e vou dar dois tiros na sua cara’, exigindo a aliança”, diz o texto.
O homem vítima do assalto afirma que Luan, reconhecido por ele na delegacia, chegou a apontar a arma na sua cara e fez a manobra de engatilhar. Ele teve de virar de costas e o assaltante foi embora. Nesse momento viu que surgiu outra moto que foi atrás do ladrão.
“Verifica-se que as ameaças de dar ‘tiro na cara’ se repetiram nos dois crimes investigados, [declarações da vítima –primeira] e nas imagens das câmeras relacionadas com os crimes, em especial, as imagens das câmeras pessoais da vítima fatal”, diz o conteúdo da sentença.
Conforme a Justiça, no áudio da câmera corporal do agente da CET verifica-se que o réu fala a mesma frase dita à vítima anterior: “vai vai, você é policial, vou dar dois tiros na sua cara”.
Na audiência, Luan negou a participação nos crimes. Disse ter sido preso no sítio do avô, onde estava trabalhando. Ele ainda disse não ter ter moto e arma, e afirmou que nunca roubou alguém.
Seu advogado disse, conforme o processo, que há fragilidade na denúncia do Ministério Público. Que ela se apoia “em conjecturas e construções artificiais de prova, sem sólida base fática”.
Entre outros, o defensor afirmou que o reconhecimento visual foi realizado sob influência midiática e sem garantias legais.
O advogado disse que nenhuma arma foi apreendida, e que a moto usada no crime não foi encontrada.

O resgate, realizado pela Polícia Militar do Paraná, ocorreu após um vizinho encontrar bilhetes pedindo socorro
Folhapress | 19:24 – 15/07/2025
Fonte. .Noticias ao Minuto