O resultado é uma cobrança em várias frentes: a empresa demanda otimização e aumento de produtividade, enquanto as pessoas individualmente se pressionam ainda mais por uma rápida adaptação a um cenário bastante complexo e incerto.
Essa é uma vibe que está rolando até mesmo com quem trabalha no desenvolvimento da própria IA. A pressão por lançar novas funcionalidades, aprimorar os modelos e buscar eficiência interna, somada às demissões em massa, define bem o tom do momento.
Nos últimos meses, tenho conversado bastante com profissionais de diferentes big techs que me contaram como o ambiente de trabalho se degradou depois que a corrida pela IA virou o jogo dessas empresas. Alguns deles, inclusive, relataram crises mais severas de saúde mental, chegando até mesmo ao burnout.
“A pressão por provar que a IA tem que funcionar faz criar uma sensação de incerteza muito grande, muitas vezes atropelando valores que levaram tempo para serem criados na empresa e tratando casos de burnout como meras casualidades”, me contou um funcionário de uma das big techs.
Nesta semana, enquanto pensava em escrever esta coluna, se tornou pública a notícia de um engenheiro da Microsoft que foi encontrado morto no campus da própria empresa, o que levantou um debate sobre a saúde mental de profissionais na área de tecnologia.
O Vale do Silício, antes considerado a meca da inovação e de good vibes do trabalho, está sendo duramente criticada por muitas startups promoverem a cultura 996 – trabalho das 9h às 21h, seis dia por semana -, uma prática que, embora tenha começado na China, foi banida no país.
Fonte.:UOL Tecnologia.: