Quem observa a paisagem da Baía da Guanabara, seja no Rio ou em Niterói, até mesmo em cima da ponte, consegue avistar uma ilha com algumas edificações. O local isolado, mas com visíveis intervenções humanas, desperta a curiosidade. Trata-se da Ilha das Enxadas, uma propriedade da Marinha do Brasil.
Acredita-se que o nome da ilha se deve à presença significativa de peixes-enxada por ali. Outra teoria diz que um veleiro espanhol com avarias teria aportado repleto de instrumentos agrícolas. Para cobrir o valor dos reparos, anunciou a venda de toda a sua carga, composta principalmente de enxadas.
Verdade ou não, esse pequeno território tem muitas histórias para contar. Conheça um pouco mais sobre a ilha a seguir.

Ilha das Enxadas tem séculos de conexão com marinheiros locais
Os primeiros registros sobre a Ilha das Enxadas são do século 17, período em que o local ainda se chamava Ilha de Vaz Pinto. Durante algum tempo, o local forneceu pedras para construções e foi um ponto de coleta de pólvora das naus que chegavam ao Rio de Janeiro.
Foi só em 1808 que, por determinação do Príncipe Regente, o local foi cedido para a construção do Hospital dos Marinheiros Ingleses, destinado a atender a esquadra que acompanhou a vinda da Família Real Portuguesa ao Brasil. Até 1869, a ilhota continuou como sede de hospitais até ser definitivamente incorporada pelo então Ministério da Marinha, que passou a usá-la como depósito de material de construção naval.
Em anos seguintes, a Ilha das Enxadas foi remodelada para receber a então Escola Naval da Marinha. Em 1916, ali foi criada a Escola de Aviação Naval, fato que possibilitou a construção de dois hangares e uma rampa. Mais tarde, o local recebeu a Escola de Educação Física, o Quartel Central de Marinheiros e a Escola de Tática Antissubmarino.
Em 1945, a ilhota foi transformada no Centro de Instrução Almirante Wandenkolk, em funcionamento até os dias de hoje. O local tem cerca de 50 mil metros quadrados e recebe militares para cursos de formação, serviço militar voluntário e obrigatório.
Primeira travessia aérea entre Europa e Atlântico Sul terminou na Ilha das Enxadas
Essa ilha pequena e misteriosa um dia também serviu como palco de um dos eventos mais marcantes da aviação mundial.
Em comemoração ao primeiro centenário da Independência do Brasil, os aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral partiram de Lisboa com o sonho de cruzar o Atlântico Sul a bordo de um hidroavião.

O trajeto começou em 30 de março de 1922, mas a travessia não foi nada fácil. Foram pelo menos seis escalas por ilhas e cidades da costa brasileira, além de duas trocas de avião para completar pouco mais de 62 horas de voo em uma viagem que durou 79 dias.
A amaragem – nome dado ao pouso em plena água – ocorreu nas proximidades da Ilha das Enxadas em 17 de junho de 1922, feito que rendeu muitas homenagens aos aviadores no Brasil e em Portugal.
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Fonte.:Viagen