5:12 AM
31 de julho de 2025

Indicada de Lula ao STJ processa advogada por postagens críticas

Indicada de Lula ao STJ processa advogada por postagens críticas

PUBLICIDADE


A procuradora de Justiça do estado de Alagoas, Maria Marluce Caldas Bezerra, entrou com, pelo menos, seis ações contra a advogada Adriana Mangabeira Wanderley por postagens críticas nas redes sociais à sua indicação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

De acordo com uma apuração do jornal O Globo publicada nesta segunda (28), Maria Marluce foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a partir de um acordo entre três grupos políticos do estado formados pelo deputado federal Arthur Lira (PP-AL), pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) e pela família do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL-AL) – sobrinho da procuradora.

No entanto, a indicação de Maria Marluce vem sendo contestada por Adriana, que fez diversas postagens críticas nas redes sociais utilizando expressões como “acordão político”, “desmoralização”, entre outras.

A Gazeta do Povo tentou contato com a procuradora ainda na segunda (28) e aguarda retorno. Já a advogada afirmou que sofre perseguição e que o Judiciário está sendo “desvirtuado para calar vozes críticas”.

VEJA TAMBÉM:

A reportagem encontrou pelo menos quatro processos protocolados por Maria Marluce contra Adriana em apenas uma semana, entre os dias 9 e 15 de julho. A advogada chegou a ter uma decisão desfavorável, tendo que retirar das redes sociais as postagens críticas à indicação da procuradora.

“Será que esse é o pânico de quererem retirar minha rede social do ar”, questionou em uma postagem temporária publicada na segunda (28) em que mostra um alcance de 400,9 mil visualizações de seu perfil pessoal.

Em outra publicação temporária, ela mostra o alcance das postagens de seu site em que publica artigos jurídicos e de política, com 182,1 mil visualizações. “No site, esse mês, passaram mais de 1,5 milhão de pessoas. A verdade doa a quem doer”, disse.

Ao jornal O Globo, Adriana Mangabeira afirmou que é alvo de uma “guerra judicial promovida por figuras públicas que utilizam o aparato do Estado para persegui-la”.

“Nunca quis me envolver na política de Alagoas. O uso desvirtuado do Judiciário para calar vozes críticas é uma grave violação aos princípios republicanos e ao livre exercício da advocacia”, completou.

Após os seis processos da procuradora contra suas publicações, a advogada ingressou com uma queixa-crime no Tribunal de Justiça de Alagoas contra a magistrada por denunciação caluniosa, abuso de autoridade e falsidade ideológica, além de pedir a suspensão, adiamento ou sustação da sabatina no Senado – rito obrigatório para aprovar ou vetar a indicação ao STJ.

“Permitir que avance no processo de nomeação uma autoridade formalmente acusada de crimes contra a administração da Justiça compromete a credibilidade da mais alta Corte infraconstitucional do país”, escreveu a advogada Tânia Sousa, que defende Adriana nos processos.



Fonte. Gazeta do Povo

Leia mais

Rolar para cima