O café é parte essencial da economia dos Estados Unidos e não deve ser atingido pelas tarifas impostas pelo governo Donald Trump, segundo a associação que representa os industriais americanos.
A NCA (National Coffee Association) requisitou formalmente ao governo dos EUA que o café seja tratado como exceção e não fique sujeito às tarifas de importação, uma vez que o país praticamente não consegue cultivá-lo por questões climáticas.
O fruto só pode ser produzido em áreas mais quentes do planeta, por isso os EUA têm apenas pequenas produções no Havaí e em Porto Rico, mas isso equivale a somente 1% de todo o café consumido no país.
Segundo William Murray, presidente da NCA, o café traz um retorno econômico muito grande aos EUA, inclusive com geração de empregos para os americanos, que é um dos argumentos para o tarifaço de Trump.
“Para cada dólar de café que nós importamos, nós geramos 43 dólares de atividade econômica. Então, o café é uma parte crucial da economia. Nós não podemos produzir por causa de questões geográficas. Nós temos pessoas trabalhando no setor, nós temos empresas”, diz Murray.
“E 73% dos americanos bebem café. Eles acordam de manhã e começam o dia com café. Se o preço do café que eles bebem aumenta, eles verão isso imediatamente”, disse Murray na quinta-feira (3) durante um painel do Coffee Dinner & Summit, evento realizado pelo Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) em Campinas (SP).
“Então, para a economia, para a saúde das pessoas, para a satisfação pessoal, o café é muito importante”, afirma Murray.
O governo americano ainda não decidiu se abrirá exceção. O Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse, porém, que não se espera a imposição de tarifas sobre recursos naturais indisponíveis no país.
Enquanto a NCA faz pressão internamente, outras entidades globais tentam diálogo com os EUA. É o caso da Organização Internacional do Café.
“Nós estamos realmente acreditando que eles tenham ficado sensíveis às questões que nós colocamos com relação ao café. É um produto que eles não produzem, que o americano gosta muito de consumir e que não há o interesse da própria indústria americana que haja esse tipo de tarifação”, afirma Vanusia Nogueira, diretora-executiva da entidade.
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O jornalista viajou a convite do evento.
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Fonte.:Folha de São Paulo