Um documentário de 15 minutos publicado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) neste domingo (21) foi apontado pelo Instagram como “conteúdo sensível”, que “pode ser desagradável para algumas pessoas”. No vídeo — intitulado “Um convite ao ‘extremismo’” — o parlamentar explica como a imprensa, escolas, universidades e partidos usam o controle da linguagem para desumanizar adversários.
A partir das explicações e fatos apresentados, ele convida o público a se posicionar e a defender seus valores. “Ame e defenda sua família de forma extrema, pratique sua fé de forma extrema, defenda sua liberdade”, incentiva Nikolas, ao propor que a juventude conservadora tenha “coragem intelectual” para “produzir cultura, livros, debates, arte e educação” a fim de moldar gerações. “Quem define a linguagem e a imaginação controla, em larga medida, o futuro”, continua.
O vídeo, no entanto, foi marcado pelo Instagram como “conteúdo sensível”, sendo disponibilizado na página do deputado com uma mensagem de advertência. Há relatos também de pessoas que nem sequer conseguiram visualizar a mensagem, pois a publicação não apareceria na página do parlamentar quando esses usuários tentariam acessá-la.
A Gazeta do Povo entrou em contato com a Meta, empresa responsável pelo Instagram, e aguarda retorno. Até a tarde desta segunda-feira (22), o vídeo contava com quase 1 milhão de curtidas e 16 milhões de visualizações.
“Eles não matam você por ser extremista. Eles chamam você de extremista para poder te matar”
Nikolas Ferreira, deputado federal
Falas do presidente Lula e de influenciadores como Felipe Neto são citadas no vídeo
Logo no início do documentário, há uma filmagem do presidente Lula dizendo que “a gente vai dar é porrada se não respeitarem a gente”. O vídeo segue com imagens de reportagens classificando pessoas alinhadas à direita como “fascistas”, e o som ao fundo é de “recua, fascista, recua”, grito tradicionalmente usado em manifestações da esquerda nas universidades do país.
As imagens aparecem em uma televisão, e a pessoa que assiste se levanta e sai de cena com uma mochila nas costas, como se estivesse preparada para colocar em prática o que os vídeos incentivaram. “Eles não matam você por ser extremista. Eles chamam você de extremista para poder te matar”, afirma Nikolas, em seguida.
Segundo ele, a violência contra conservadores começa com a linguagem usada contra eles, que serve de “munição pesada” e, “muitas vezes, sentencia sua morte” por meio da desumanização do outro.
Para exemplificar, o documentário apresenta trecho de um vídeo do influenciador Felipe Netto. “Não é mais humanamente aceitável a gente concordar que alguém pode hoje apoiar o Bolsonaro e ter bom caráter”, diz o youtuber. “É uma pessoa sem caráter, sem o mínimo escrúpulo, sem humanidade”, continua.
O documentário traz, então, o caso Charlie Kirk, mostrando pessoas que comemoraram seu assassinato — como o jornalista e escritor gaúcho Eduardo “Peninha” Bueno — e questionando o motivo de esses indivíduos não terem sido taxados de “extremistas”.
“Charlie defendia valores conservadores como família e liberdade de expressão, e isso foi suficiente para que fosse rotulado como ‘extrema direita’”, pontua Nikolas. “Ele nunca praticou qualquer ato de violência contra quem quer que seja”, continua, ao citar que o ativista norte-americano era conhecido pelo oposto: o diálogo com estudantes em universidades.
Antes do genocídio físico é necessário que exista o genocídio cultural”
Nikolas Ferreira, deputado federal
Programação mental orquestrada pela grande mídia, escolas e partidos
O parlamentar avalia, então, que uma “programação mental” seria responsável por essa atitude. “A força concentrada da grande mídia, junto com o controle ideológico nas escolas e universidades, e a atuação coordenada dos partidos criam o ambiente perfeito pra eles”, aponta, ao citar exemplos históricos do uso da mídia e da linguagem para desumanizar grupos.
“Em 1942, os nazistas desumanizaram os judeus”, citou, ao relatar que jornais publicavam capas com caricaturas e manchetes normalizando o ódio contra eles e culpando judeus pelos problemas da sociedade. “Antes do genocídio físico é necessário que exista o genocídio cultural”, afirmou, ao convocar os jovens cristãos para se posicionarem a respeito.
“Jesus foi manso e humilde de coração, mas jamais omitiu a denúncia da mentira e o poder do tirano”, disse. “Que essa mensagem chegue a milhares de jovens em todo o mundo, que já não são mais os mesmos desde a morte do Charlie Kirk”, finalizou.
Fonte. Gazeta do Povo