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24 de setembro de 2025

Isenção de Imposto de Renda será votada na Câmara em 1º de outubro, diz Hugo Motta

Isenção de Imposto de Renda será votada na Câmara em 1º de outubro, diz Hugo Motta

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou, nesta terça-feira (23), que a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 será votada na próxima semana.

O anúncio foi feito por meio das redes sociais após o relator do projeto, deputado Arthur Lira (PP-AL), apresentar o texto aprovado na Comissão Especial que analisou a proposta, em julho, aos líderes partidários. A proposta também prevê isenção parcial para quem recebe salário de até R$ 7.350.

“Pontuamos as ponderações. Colocamos que buscamos a neutralidade, a justiça tributária para quem ganha até 5.000, parcialmente para quem ganha até 7.350 e tiramos dúvidas dos líderes que questionaram algumas situações a respeito do texto”, disse Lira.

Segundo o relator, começa agora o prazo para a apresentação de emendas ao texto por parte dos partidos e deputados. De acordo com Lira, não houve discussão sobre o mérito do texto, mas houve ponderações por parte de líderes sobre impactos da proposta para estados e municípios.

“Há preocupação da Casa em garantir a arrecadação de estados e municípios, em deixar o texto ainda mais claro. Coloquei que não há preocupação deste relator com o texto, que não é meu, é da maioria da Casa que vai trabalhar para convergir na aprovação dessa matéria”, disse.

“Ressaltei na reunião que sabemos que há divergências políticas e econômicas com relação às compensações. Vamos ver isso muito claramente agora na abertura do prazo de emendamento. Mas o clima é de muita tranquilidade e poder contribuir para o aperfeiçoamento do texto”, acrescentou.

A proposta prevê tributação de 10% sobre dividendos enviados ao exterior. Segundo Arthur Lira, isso será mantido.

“Chamei a atenção para o excesso de arrecadação, se por acaso existir, para diminuir a alíquota de IBS e CBS [Contribuição de Bens e Serviços] como válvula no final”, afirmou o parlamentar.

No texto aprovado pela Comissão Especial, Lira retomou o redutor para contribuintes que têm participação acionária em empresas que efetivamente já pagam 34% sobre seus lucros, como havia sido proposto pela equipe econômica. Esse mecanismo prevê uma combinação das cargas tributárias de pessoas físicas e jurídicas.

O relatório manteve a criação do imposto mínimo, que será cobrado de quem ganha a partir de R$ 50 mil mensais (cerca de R$ 600 mil anuais) e também a alíquota de 10% para quem ganha a partir de R$ 1,2 milhão ao ano.

O texto aprovado na comissão especial mantém a cobrança de imposto de renda sobre lucros e dividendos acima de R$ 50 mil mensais, que passarão a ter o tributo retido na fonte, e a tributação de 10% sobre esses rendimentos aferidos por estrangeiros ou remetidos ao exterior.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados também retomou em seu relatório a possibilidade de os estrangeiros e não residentes acumularem crédito tributário sobre o Imposto de Renda retido na fonte sobre dividendos. Esses contribuintes terão um ano para pleitear esses créditos.

A alíquota é de 10%, a mesma que será recolhida sobre dividendos mensais acima de R$ 50 mil. Lira também fixou no texto o dia 31 de dezembro de 2025 como a data limite para deliberação de pagamento de dividendos (para residentes ou não) que não estarão sujeitos à nova tributação, mesmo que o pagamento seja executado depois dessa data.

Nesta terça, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) apresentou na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado um projeto alternativo que também corrige a tabela do Imposto de Renda e tributa dividendos. O texto pode ser votado nesta quarta (24) e representa um contraponto ao relatório de Lira, seu principal rival político.

Nesta terça, o senador voltou a criticar o andamento da proposta que está na Câmara. “O governo enviou à Câmara dos Deputados ainda em março deste ano o projeto de lei”, afirmou. “Até o presente momento, a matéria aguarda decisão para ser pautada no plenário da Câmara, gerando expectativas negativas quanto à tramitação deste tema, que é de grande relevância para a correção de injustiças tributárias com as pessoas de menor renda.”

ENTENDA O QUE O PLENÁRIO DA CÂMARA VAI ANALISAR

NOVA FAIXA DE ISENÇÃO

– Rendas de até R$ 5.000 passam a ser isentas de Imposto de Renda
– Desde maio deste ano, estão isentos os que ganham até R$ 3.036
– 10 milhões de pessoas serão beneficiadas, segundo o governo

ISENÇÃO PARCIAL DE IMPOSTO DE RENDA

– Quem ganha até R$ 7.350 pagará menos IR do que atualmente
– Acima de R$ 5.000, o contribuinte terá percentuais de desconto sobre o imposto a pagar

QUANTO VAI CUSTAR

– R$ 31,25 bilhões em 2026
– R$ 33,53 bilhões em 2027
– R$ 35,80 bilhões em 2028

QUEM VAI PAGAR

– Imposto mínimo para rendas mais altas
– Quem ganha mais de R$ 50 mil mensais fica sujeito a uma alíquota mínima efetiva, que equivale ao tributo efetivamente pago
– Essa cobrança vai incidir também sobre dividendos acima desse valor, que terão imposto recolhido na fonte
– A alíquota máxima de 10% será cobrada de quem ganha mais de R$ 1,2 bilhão

QUANTO O GOVERNO VAI ARRECADAR COM O IMPOSTO MÍNIMO

– R$ 25,22 bilhões em 2026
– R$ 29,49 bilhões em 2027
– R$ 29,83 bilhões em 2028

DISPOSITIVO REDUTOR

– Na renda alta, haverá um “encontro de contas” entre a tributação da pessoa física e da pessoa jurídica
– O mecanismo prevê que as alíquotas nominais não passem de 34%
– A alíquota equivale para a maioria das empresas; para bancos é de 40%
– Com esse dispositivo, um acionista terá seus dividendos tributados em até 10% ou até que, na soma das alíquotas jurídicas, chegue a 34% ou 40%

IMPOSTO SOBRE DIVIDENDOS DE ESTRANGEIROS OU REMETIDOS AO EXTERIOR

– Esses pagamentos terão alíquota de 10% retida na fonte

QUANTO O GOVERNO VAI ARRECADAR COM ESSES DIVIDENDOS

– R$ 8,90 bilhões em 2026
– R$ 9,69 bilhões em 2027
– R$ 9,81 bilhões em 2028



Fonte Noticias ao Minuto

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