O Japão executou nesta sexta-feira (27) um homem apelidado de “assassino do Twitter”, condenado por assassinar e esquartejar nove pessoas, a maioria mulheres, após contatá-las nas redes sociais, segundo o ministro da Justiça do país.

A execução é a primeira aplicação da pena de morte no país em quase três anos. Takahiro Shiraishi, de 34 anos, foi condenado à morte em 2020 após se declarar culpado pelo assassinato de nove pessoas em um caso de assassinato em massa de grande repercussão que comoveu o país.

Ele foi considerado culpado em dezembro de 2020 por assassinar, estuprar e esquartejar as nove vítimas, e por armazenar seus corpos em seu apartamento em Zama, na província de Kanagawa, nos arredores de Tóquio.

Shiraishi foi preso em outubro de 2017, após a polícia realizar uma busca em sua casa para investigar o desaparecimento de uma mulher de 23 anos que havia expressado pensamentos suicidas nas redes sociais, incluindo o Twitter.

Três caixas térmicas e cinco contêineres foram encontrados no quarto de Shiraishi, contendo cabeças e ossos humanos com a carne raspada, segundo a TV Asahi, citando fontes policiais.

As nove vítimas – oito mulheres e um homem – tinham entre 15 e 26 anos, de acordo com a emissora pública japonesa NHK e a TV Asahi, afiliada da CNN, que citaram processos judiciais.

As vítimas haviam postado online que queriam se matar e foram posteriormente contatadas por Shiraishi pelas redes sociais, relataram a NHK e a TV Asahi.

“Este caso, motivado por motivos egoístas, como gratificação sexual e financeira, resultou na morte de nove pessoas ao longo de dois meses – um incidente profundamente grave que causou choque e ansiedade em toda a sociedade. Entendo que é um caso especialmente doloroso para as vítimas e suas famílias”, disse o Ministro da Justiça, Keisuke Suzuki, a repórteres na sexta-feira, em uma coletiva de imprensa.

A execução de Shiraishi é a primeira que o país vê desde julho de 2022, informou a NHK. No Japão, a pena de morte é aplicada por enforcamento, e as datas das execuções só são divulgadas após a execução.

“A sentença de morte foi finalizada após um processo judicial minucioso. Após consideração cuidadosa e deliberada de todos os fatores, emiti a ordem de execução”, disse Suzuki.