
Crédito, Jonathan Drake/Reuters
- Author, Bernd Debusmann Jr
- Role, Da BBC News em Washington D.C.
Fotos publicadas por alguns veículos de notícias dos EUA mostraram veículos e agentes policiais na área próxima à casa de Bolton, no bairro de Bethesda, em Washington, D.C.
Em um comunicado enviado à CBS, parceira de notícias da BBC nos EUA, o FBI afirmou estar conduzindo “atividades autorizadas na área”.
O New York Post, que publicou a notícia em primeira mão, afirmou que a busca faz parte de uma longa investigação sobre documentos confidenciais.
Embora o diretor do FBI, Kash Patel, tenha postado que “ninguém está acima da lei” no momento em que a busca foi iniciada, não houve mais detalhes sobre essa publicação, feita no X, e não está claro a que ele se referia.
A postagem foi republicada pela Procuradora-Geral Pam Bondi, que acrescentou que “a segurança dos Estados Unidos não é negociável. A justiça será buscada. Sempre”.
Nem Bolton e nem a Casa Branca se pronunciaram até o momento.
De acordo com a Associated Press, Bolton não foi detido e nenhuma acusação criminal foi apresentada.
O livro que a Casa Branca quis proibir
Em 2020, Bolton já havia sido acusado de lidar incorretamente com informações confidenciais ao publicar seu livro, The Room Where it Happened (A sala onde aconteceu, em tradução livre).
As alegações motivaram uma ação judicial movida pelo Departamento de Justiça, que, em 2019, declarou a um juiz que se tratava de uma “violação flagrante” de um acordo de não divulgação de assuntos confidenciais.
A ação foi finalmente arquivada em junho de 2021, durante o governo do presidente Joe Biden.
Bolton teve sua proteção de segurança retirada pelo governo Trump em janeiro, juntamente com vários outros ex-funcionários que já entraram em conflito com o presidente.
Desde que deixou o governo em 2019, Bolton tornou-se um crítico ferrenho de Trump e escreveu em seu livro que “uma montanha de fatos demonstra que Trump não é apto para ser presidente”.

Crédito, Tasos Katopodis/Reuters
Bolton foi a terceira pessoa a assumir o Conselho de Segurança no primeiro mandato de Trump — um cargo marcado por uma série de renúncias e desentendimentos públicos com o presidente e demissões.
Antes de ingressar no governo Trump, ele foi brevemente embaixador dos EUA na ONU, de 2005 a 2006, durante o governo George W. Bush, e atuou como procurador-geral adjunto durante o governo Ronald Reagan, na década de 1980.
Bolton também ajudou a construir a alegação de que Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa, o que se revelou falso.
O relacionamento de Bolton com Trump azedou depois que divergências políticas começaram a surgir e o presidente anunciou que o havia demitido em uma publicação nas redes sociais em setembro de 2019.
“Informei John Bolton ontem à noite que seus serviços não são mais necessários na Casa Branca”, escreveu ele. “Discordei veementemente de muitas de suas sugestões, assim como outros membros do governo, e, portanto, pedi a renúncia de John, que me foi entregue esta manhã.”
Bolton contestou o fato, afirmando ter se oferecido voluntariamente para renunciar.
No início deste ano, a autorização de segurança nacional de Bolton foi revogada pelo governo Trump. Sua equipe de segurança, designada a ele após ameaças de assassinato do Irã, também foi retirada.
Fonte.:BBC NEWS BRASIL