




Pequeno e charmoso, Jojo é o mais recente projeto do franco-brasileiro Erick Jacquin inaugurado em parceria com o sócio Orlando Leone há um mês. O nome escolhido é também o apelido do pai do chef, René Jacquin, a quem ele presta uma homenagem. Embora disponha de uma cozinha aberta como o Les Présidents, o no térreo do W Hotel, nada tem a ver com a casa monumental dos Jardins. Navega-se aqui pelas águas de um mar de sutilezas — sem medo de errar, o lugar que nem bem abriu as portas já é o melhor endereço de pescados da cidade. Nas duas visitas que fiz, peixes e frutos do mar foram muito bem tratados. Logo na chegada, fui recebido com um delicioso amuse bouche que se repetiu em ambas as ocasiões, um ceviche de robalo com caju fresco e pimenta-dedo-de- -moça, discreta, mas presente. Das entradas, a mais impactante pela explosão de delicadeza é a flor de abobrinha recheada de musse de linguado e salmão levemente defumados em emulsão de champanhe e ovas de salmão (R$ 155,00). Nessa mesma linha, o ravióli de lagostim beira o sublime pela delicadeza da massa e pelo molho do próprio crustáceo com vinho Sauternes e gengibre (R$ 190,00). Mais marcante, a sopa de peixe, no caso um robalo mais cubos de camarão, é aromatizada com açafrão e completa-se com cenourinha, minimilho e alho-poró tostados (R$ 130,00). Feito ao forno com a pele, o filé de robalete de cozimento perfeito vem banhado por emulsão de champanhe e na companhia de erva-doce cozida. Outro primor é a composição de quatro camarões assados com alho- -poró e azeite de ervas (R$ 310,00). No mil-folhas (R$ 65,00), o creme pâtissière do recheio rescende a baunilha do Taiti. É apenas excelente. Esses pratos podem ser apreciados em um menu degustação por R$ 940,00, às vezes com pequenas variações. Há lembrar de um nome fundamental: o chef-executivo Ronaldo Villar, que toca a cozinha com uma equipe afinada. Também conta pontos o atendimento acolhedor capitaneado pelo maître Reginaldo Shimizu Araújo.
Informações checadas em setembro de 2025.
Fonte.: Veja SP Abril