Na terça-feira (12), uma juíza dos Estados Unidos ordenou que o governo do presidente Donald Trump restaure parte do financiamento federal recentemente suspenso para a Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
A juíza distrital dos EUA, Rita Lin, de São Francisco, decidiu que as suspensões do financiamento violam uma liminar emitida em junho, na qual ela ordenou que a Fundação Nacional de Ciências restaurasse dezenas de bolsas que havia cancelado na Universidade da Califórnia.
Essa ordem impediu a agência de cancelar outras bolsas no sistema da Universidade da Califórnia, do qual a UCLA faz parte.
A Casa Branca e a universidade não comentaram imediatamente a decisão.
A UCLA informou na semana passada que o governo congelou US$ 584 milhões em verbas. Trump ameaçou cortar verbas federais para universidades devido aos protestos estudantis pró-palestinos contra o ataque militar de Israel, aliado de Washington, a Gaza.
O jornal Los Angeles Times noticiou que a ordem da juíza pedia a restauração de mais de um terço do financiamento suspenso de US$ 584 milhões.
A Universidade da Califórnia informou na semana passada que estava analisando uma oferta de acordo do governo Trump para a UCLA, na qual a universidade pagaria US$ 1 bilhão.
A instituição afirmou que um pagamento tão alto “devastaria” a instituição.
Acusação de antissemitismo
O governo alega que as universidades, incluindo a UCLA, permitiram o antissemitismo durante os protestos.
Manifestantes, incluindo alguns grupos judaicos, afirmam que o governo equipara erroneamente suas críticas à guerra de Israel em Gaza e à ocupação de territórios palestinos ao antissemitismo, e sua defesa dos direitos palestinos ao apoio ao extremismo.
Especialistas levantaram preocupações sobre a liberdade de expressão e a liberdade acadêmica em relação às ameaças do presidente republicano.
O governador democrata da Califórnia, Gavin Newsom, classificou a oferta de acordo do governo Trump como uma forma de extorsão.
Grandes manifestações ocorreram na UCLA no ano passado. No mês passado, a universidade concordou em pagar mais de US$ 6 milhões para encerrar uma ação judicial alegando antissemitismo.
A instituição também foi processada este ano por um violento ataque de uma multidão contra manifestantes pró-palestinos em 2024.
Defensores de direitos humanos observam um aumento no antissemitismo, no preconceito antiárabe e na islamofobia devido ao conflito no Oriente Médio. O governo Trump não anunciou investigações equivalentes sobre islamofobia.
O governo chegou a um acordo com a Universidade de Columbia, que concordou em pagar mais de US$ 220 milhões, e com a Universidade Brown, que informou que pagará US$ 50 milhões.
Ambas aceitaram certas exigências do governo. As negociações para um acordo com a Universidade de Harvard estão em andamento.
Fonte: CNN Brasil