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20 de agosto de 2025

Juros EUA: Dissidentes ficaram isolados ao defender corte – 20/08/2025 – Mercado

Juros EUA: Dissidentes ficaram isolados ao defender corte – 20/08/2025 – Mercado

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Os dois membros do Fed (Federal Reserve) que discordaram da decisão do banco central dos Estados Unidos de deixar a taxa de juros inalterada no mês passado pareceram isolados em seu apoio à redução dos juros nas reuniões realizadas em 29 e 30 de julho, segundo a ata divulgada nesta quarta-feira (20).

“Quase todos os participantes consideraram apropriado manter a faixa da taxa de juros entre 4,25% e 4,5% nesta reunião”, diz a ata do encontro.

Os diretores Michelle Bowman e Christopher Waller votaram contra a decisão de deixar os juros inalterados e defenderam uma redução de 0,25 ponto percentual para proteger a economia de um enfraquecimento ainda maior do mercado de trabalho.

Foi a primeira vez desde 1993 que mais de um diretor discordou de uma decisão de política monetária. Os dois diretores já haviam afirmado antes da reunião que defenderiam este posicionamento.

Nem mesmo 48 horas após a conclusão da reunião do mês passado, os dados do Departamento do Trabalho foram ao encontro das preocupações de Bowman e Waller, mostrando que foram criados muito menos empregos do que o esperado em julho e que a taxa de desemprego aumentou.

Mais preocupante, porém, foi uma revisão histórica das estimativas nos dois meses anteriores. Essa revisão eliminou mais de 250 mil empregos que se acreditava terem sido criados em maio e junho e prejudicou bastante a narrativa predominante de um mercado de trabalho ainda forte.

No entanto, os dados desde então têm fornecido material para que o campo mais preocupado com o risco de as tarifas agressivas do presidente Donald Trump reacenderem a inflação mantivesse sua posição contra a redução rápida dos juros.

A taxa anual da inflação subjacente ao consumidor acelerou mais do que o esperado em julho e foi seguida por um salto inesperado nos preços ao produtor.

A ata mostrou que as autoridades continuaram um debate ativo sobre os efeitos das tarifas na inflação e o grau de restrição da política monetária. Vários membros comentaram que o nível atual da taxa de juros pode não estar muito acima de seu nível neutro, no qual a atividade não é estimulada nem restringida.

As autoridades avaliaram que os efeitos das tarifas mais altas se tornaram mais aparentes em alguns preços de bens, mas que o efeito geral sobre a economia e a inflação ainda não foi percebido, segundo a ata.

Olhando para o futuro, os participantes observaram que eles poderão enfrentar difíceis decisões caso a inflação elevada se mostre persistente e as perspectivas do mercado de trabalho enfraqueçam.

A ata foi divulgada apenas dois dias antes de um discurso muito aguardado do presidente do Fed, Jerome Powell, no simpósio econômico anual de Jackson Hole, que é organizado pelo Fed de Kansas City.

O discurso de Powell na sexta-feira —que deverá ser seu último discurso como chefe do banco central, já que seu mandato termina em maio de 2026— poderá mostrar se ele se uniu àqueles que acham que chegou a hora de tomar medidas para proteger o mercado de trabalho de um enfraquecimento maior ou se ele continua alinhado com aqueles que são mais cautelosos com a inflação.



Fonte.:Folha de S.Paulo

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