RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O TRF-2 (Tribunal Federal da Segunda Região) decidiu nesta segunda-feira (8) manter a prisão do ex-deputado estadual do Rio de Janeiro Tiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, e de outros 13 acusados de envolvimento com o Comando Vermelho.
Os sete magistrados da 1ª Seção Especializada do Tribunal votaram por unanimidade.
O advogado Rafael Farias, representante da defesa do ex-deputado TH Joias, afirmou que “considera absurdas as acusações que vêm sendo reiteradas contra ele”.
“Existe um claro movimento de perseguição política a um representante legítimo do povo do Rio de Janeiro”, disse em nota.
O advogado de Gabriel Dias de Oliveira, conhecido como Índio do Lixão, acusado pelas investigações das polícias Federal e Civil de ser tesoureiro do CV, afirmou que não teve acesso aos autos e que não irá se manifestar. Ele não quis ter o nome divulgado.
A reportagem não conseguiu contato com as demais defesas.
Na última quarta-feira (3), uma operação conjunta das polícias Civil e Federal, da Promotoria e da Procuradoria do Rio de Janeiro, prendeu TH Joias e outras 14 pessoas.
Além de TH Joias e Índio do Lixão, estão presos o ex-secretário estadual de Esportes do Rio, Alessandro Pitombeira Carracena, o policial federal Gustavo Stteel, e os ex-assessores parlamentares de TH Luiz Eduardo Cunha Gonçalves e Leandro Ferreira Marçal.
TH é acusado de intermediar a compra e venda de drogas, armas e de equipamentos antidrones para o Comando Vermelho. Ele seria auxiliado por assessores parlamentares, policiais militares e policiais federais, responsáveis por informar TH sobre operações. Segundo a investigação, o ex-deputado repassava as informações para facções.
A denúncia da Procuradoria do Rio de Janeiro aponta que TH atuava como “operador político da facção”.
“O suposto grupo criminoso buscava capturar setores estratégicos do Estado para garantir sua impunidade e consolidar sua dominação territorial, como, por exemplo, ações políticas para influenciar nomeações na Polícia Militar, infiltrar aliados em órgãos comunitários e remover obstáculos institucionais que dificultassem a atuação do Comando Vermelho”, afirma o documento.
TH Joias já havia sido preso em 2017 e condenado por lavagem de dinheiro. A investigação da época afirmava que ele usou uma joalheria para lavar dinheiro do tráfico e atuou repassando informações que recebia de policiais para diferentes facções, sob pagamento de R$ 11.000 por semana. Ele ficou nove meses preso.
Antes de ser empossado como deputado, em 2024, TH Joias era conhecido por fazer joias personalizadas para celebridades, como cantores e jogadores de futebol.
Ele recebeu 15.015 votos nas eleições de 2022 e conseguiu a vaga após a morte do deputado estadual Otoni Moura de Paulo. O suplente imediato, Rafael Picciani (MDB) decidiu continuar na secretaria de Esportes, abrindo vaga para TH.
Picciani retomou o cargo na Alerj (Assembleia Legislativa) na semana passada. Assim, a decisão pela manutenção ou relaxamento da prisão de TH não vai passar por votação em plenário.

Segundo cálculos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e da Polícia Federal (PF), o grupo ligado ao ex-parlamentar teria movimentado R$ 140 milhões em cinco anos.
Guilherme Bernardo | 09:07 – 06/09/2025
Fonte. .Noticias ao Minuto