O juiz plantonista Arthur Moreira Pedreira de Alburquerque da 2ª Vara Criminal de Sorriso, decidiu manter a prisão de José Alves dos Santos de 31 anos, acusado de matar a ex-companheira Jacyra Grampôla Gonçalves da Silva, de 24 anos. A audiência de custódia foi realizada na tarde desta terça-feira (19).

Na decisão, o magistrado ressaltou o descumprimento de medidas protetivas já concedidas à vítima e a crueldade do crime, que demonstram, segundo ele, o total desprezo do acusado pela vida da ex-mulher. O processo segue  em segredo de justiça.

O crime

Segundo relatos, a vítima, Jacyra Grampola Gonçalves da Silva, de 24 anos, estava almoçando com uma amiga em um pesqueiro — identificado posteriormente como “Pesqueiro Cuiabano”, no bairro Verdes Campos — quando foi surpreendida pelo ex-namorado. Ele chegou alegando ter um presente; dentro da entrega, escondia uma arma de fogo com a qual efetuou cerca de seis disparos, atingindo a jovem na cabeça. Apesar do atendimento rápido do Samu e dos Bombeiros, Jacyra não resistiu aos ferimentos.

A vítima tinha uma medida protetiva contra o ex-companheiro, o que ressaltou a gravidade e a crueldade do crime: ele violou diretamente uma decisão judicial que visava protegê-la e, ainda assim, tirou sua vida de forma cruel. Isso demonstra não apenas um flagrante desrespeito às medidas judiciais, mas também um desprezo absoluto pela vida da ex-namorada — elementos que costumam fundamentar decisões judiciais mais rigorosas.

Entre no nosso grupo do WhatsApp e siga-nos também no Instagram e acompanhe nossas atualizações em tempo real.

Após o crime, o acusado fugiu, mas foi rapidamente localizado e preso pela Polícia Civil em uma estrada vicinal próxima a Boa Esperança do Norte, na segunda-feira, 18 de agosto de 2025. A Justiça optou por manter a prisão, considerando a reiteração criminosa (descumprimento da medida protetiva), a violência extrema do ato e o risco que ele representava à sociedade e à vítima.

Este feminicídio ocorreu em um cenário local especialmente preocupante  Mato Grosso lidera o ranking nacional de feminicídios pelo segundo ano consecutivo. O crime em Sorriso, além de brutal, simboliza o fracasso de mecanismos de proteção que, em tese, deveriam evitar tragédias como essa.