A Justiça de São Paulo decidiu manter público o processo que apura a tentativa de feminicídio contra Tainara Souza Santos, de 31 anos. A decisão, tomada pela juíza Paula Marie Konno, da 2ª Vara do Júri, rejeitou o pedido da defesa de Douglas Alves da Silva, 26 anos, motorista preso pelo atropelamento que deixou a vítima gravemente ferida.
Segundo a magistrada, não há qualquer elemento nos autos que justifique a adoção de sigilo, já que nada do que está anexado ao processo coloca em risco a intimidade das partes ou o andamento das investigações. Ela destacou que a publicidade é regra no sistema judicial brasileiro.
O advogado de Douglas, Marcos Leal, afirmou que não recorrerá. Ele explicou que o pedido de sigilo foi motivado pela ampla circulação de vídeos da audiência de custódia, o que teria provocado ameaças e ataques pessoais. Leal disse que sua prioridade é garantir que o cliente esteja seguro e receba acompanhamento médico adequado. Segundo ele, Douglas relatou não ter recebido cuidados desde o dia em que foi baleado e preso, alegando estar com ferimentos expostos e em condições precárias.
A Polícia Civil contesta. Em nota, a corporação afirmou que o suspeito foi atendido logo após a prisão, encaminhado ao Hospital Municipal Vila Alpina e só depois levado à delegacia. A polícia também informou que nesta segunda-feira, 8, Douglas foi transferido do 26º DP para uma unidade prisional.
O caso que levou Douglas ao banco dos réus ocorreu em 29 de novembro, após uma discussão na saída de um bar na Vila Maria, zona norte de São Paulo. Câmeras registraram o momento em que ele entrou em um carro preto, acelerou e atropelou Tainara, que ficou presa sob o veículo. Na sequência, o motorista entrou na Marginal Tietê e percorreu aproximadamente um quilômetro com a vítima sendo arrastada.
A jovem só se desprendeu do carro quando o veículo passou sobre a calçada de um posto de gasolina. Socorrida em estado gravíssimo, Tainara teve as duas pernas amputadas.
A versão da defesa é que Douglas não conhecia a vítima e teria tentado atingir um outro homem com quem discutira no bar. Para os advogados da família de Tainara, porém, os dois já teriam tido um breve relacionamento. Um amigo do motorista, que estava no carro, declarou à polícia que Douglas chegou a acelerar com o freio de mão puxado, aumentando a pressão do carro contra o solo enquanto a vítima ainda estava presa.
Douglas foi localizado no dia seguinte em um hotel na zona leste. De acordo com a Polícia Civil, ele tentou fugir da abordagem, foi baleado no braço e capturado. As investigações indicam que ele pretendia deixar São Paulo e seguir para o Ceará, onde vivem seus pais.

Tainara amputou as pernas, fez mais duas cirurgias e colocou pinos de sustentação na bacia. Familiares de Tainara conversaram com o Fantástico, da TV Globo. Trecho da entrevista que será veiculada neste domingo foi divulgado pela emissora.
Folhapress | 12:00 – 07/12/2025
Fonte. .Noticias ao Minuto


