(FOLHAPRESS) – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, classificou como um assassinato brutal a morte de Ruy Ferraz Fontes, 63, ex-delegado considerado um dos maiores especialistas no PCC.
O ministro disse ter ligado para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta terça-feira (16) para prestar solidariedade e oferecer apoio ao que for necessário para a condução da investigação.
“O assassinato do ex-delegado Ruy Fontes muito nos preocupa, porque foi um assassinato brutal e mostra o nível de violência que grassa no Brasil e também em outros países. É preciso que se diga isso, não é uma exclusividade nossa”, disse.
Fontes foi assassinado na noite desta segunda-feira (15) em Praia Grande, na Baixada Santista. Conforme a Polícia Militar, o ataque ocorreu na avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas, na Vila Caiçara, por volta das 18h20.
O governo Tarcísio de Freitas (Republicamos) determinou a integração de uma força-tarefa para prender os responsáveis pela morte. Equipes da Rota (espécie de tropa de elite da PM) foram deslocadas para o litoral.
Em declaração enviada à Folha de S.Paulo, Tarcísio disse que o governo trabalha para que os criminosos sejam exemplarmente punidos pela Justiça.
“Ruy Ferraz Fontes deixou um legado na Segurança Pública de São Paulo. Foi pioneiro nas investigações contra o PCC e dedicou 40 anos à nossa Polícia Civil, chegando ao cargo de delegado-geral da instituição. Hoje foi covardemente assassinado em Praia Grande, onde atuava como secretário de Administração na prefeitura local. Vamos trabalhar para identificar e prender os criminosos responsáveis, para que sejam exemplarmente punidos pela Justiça, com todo o rigor da lei”, disse o governador.
Segundo o boletim de ocorrência, homens efetuaram tiros de fuzil contra a vítima, que estava em seu carro.
Um vídeo mostra a ação. Nas imagens, Fontes aparece acelerando um Fiat Argo. Ele bate num ônibus, capotando o automóvel. Nesse momento, os suspeitos desembarcam de outro veículo e efetuam disparos contra o ex-delegado.
O carro utilizado no crime foi encontrado queimado pela polícia. Segundo a Prefeitura de Praia Grande, duas pessoas, um homem e uma mulher, ficaram feridos durante o ataque ao delegado. Eles estavam na rua e foram atingido por tiros. Os dois foram socorridos no local, encaminhados a uma unidade de pronto atendimento, e depois a um hospital. Nenhum dos dois feridos corre risco de vida, segundo a prefeitura.
Ruy Ferraz Fontes começou a carreira em 1988 e, ao longo de quatro décadas, trabalhou em diversos setores da Polícia Civil. Também teve carreira acadêmica. Durante 11 anos, ele foi professor assistente de Criminologia e Direito Processual Penal de uma universidade e professor de Investigação Policial pela Academia da Polícia Civil do Estado de São Paulo.
Ocupou o maior posto da Polícia Civil do estado, como delegado-geral, de janeiro de 2019 a abril de 2022, na gestão do governador João Doria. Nessa função, respondia diretamente ao governador e ao secretário da Segurança Pública.
Ele trabalhava ultimamente como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande, que lamentou a morte em nota. Também atuou como diretor do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital).

Ruy Ferraz Fontes, ex-chefe da Polícia Civil de São Paulo e conhecido por enfrentar o PCC, foi assassinado em Praia Grande (SP) após uma emboscada. O delegado reagiu e baleou um dos criminosos. Autoridades suspeitam de vingança da facção e prometem investigação rigorosa
Notícias ao Minuto | 04:50 – 16/09/2025
Fonte. .Noticias ao Minuto