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Introdução
A ginasta brasileira Isabelle Marciniak, de 18 anos, morreu nesta quarta-feira (24) em decorrência de complicações do linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer que atinge o sistema linfático, responsável pela defesa do organismo, e é mais frequente entre adolescentes e adultos jovens.
- Ginasta Isabelle Marciniak, de 18 anos, morreu por complicações do linfoma de Hodgkin;
- A doença é um câncer do sistema linfático, responsável pela defesa do organismo;
- Quadro é comum em adolescentes e adultos jovens;
- Os principais sintomas incluem ínguas indolores, febre, suor noturno e perda de peso;
- Apesar de agressivo, o linfoma de Hodgkin tem altas taxas de cura com tratamento adequado.
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Resumo gerado por ferramenta de IA treinada pela redação da Editora Abril.
A ginasta brasileira Isabelle Marciniak, de apenas 18 anos, faleceu nesta quarta-feira (24), em decorrência das complicações causadas pelo quadro de linfoma de Hodgkin. A doença é um tipo de câncer que afeta o sistema linfático, conjunto de células responsável pela defesa do organismo.
Natural de Araucária (PR), Isabelle era campeã brasileira de ginástica rítmica e construiu um currículo marcado por conquistas regionais e nacionais. O falecimento foi comunicado pela Federação Paranaense de Ginástica (FPRG) e em nota de pesar emitida pelo Ministério do Esporte.
O quadro é o mesmo enfrentado pela influenciadora Isabel Veloso, que compartilha publicamente o seu diagnóstico e trajetória com a doença.
O que é linfoma de Hodgkin?
O linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer que começa em células de defesa (glóbulos brancos) chamadas linfócitos. Elas fazem parte de um sistema com nome semelhante – o linfático –, que consiste em uma rede de vasos, órgãos e tecidos distribuídos por todo o corpo e que trabalha para a defesa do organismo.
Um líquido claro chamado linfa passa pelos vasos linfáticos e carrega pelo corpo esses glóbulos, que devem lutar contra as infecções.
A doença surge quando os linfócitos — ou suas células precursoras — sofrem alterações no DNA e perdem o controle sobre seu crescimento. A partir daí, em vez de cumprir a função de proteger o corpo contra bactérias, vírus e outros agentes, eles passam a se multiplicar de forma desordenada e comprometem o funcionamento do sistema linfático.
As células alteradas se acumulam principalmente nos linfonodos, pequenas estruturas, em forma de feijão, localizadas principalmente no pescoço, virilha e axilas, e também chamadas de gânglios linfáticos.
À medida que a doença avança, ela pode enfraquecer o sistema imunológico, comprometer a medula óssea (que é a “fabricante” do sangue) e reduzir a produção normal de células sanguíneas.
Com isso, a pessoa afetada fica mais suscetível a infecções. Podem, então, surgir consequências importantes como infecções graves, perda de peso e febre persistente. Em estágios mais avançados, o linfoma pode atingir órgãos como pulmões, fígado, baço, rins ou intestino, levando à falência de funções essenciais.
Os diferentes tipos
Os linfomas são divididos em dois grandes grupos: linfoma de Hodgkin (sobrenome do cientista que o descobriu) e linfoma não Hodgkin. A principal diferença entre eles está nas características do câncer e na forma como a doença se espalha pelo organismo.
No linfoma de Hodgkin, um marcador diagnóstico clássico é a presença de células gigantes e anormais, chamadas de Reed-Sternberg. Esse tipo de linfoma é considerado fácil de identificar.
Os linfomas que não têm essa característica são os chamados de “não Hodgkin” e, muitas vezes, se espalham de forma mais desorganizada e agressiva.
Além disso, há diversos subtipos, definidos de acordo com a célula afetada e a velocidade com que a condição avança pelo organismo. A cada ano, são registrados cerca de 3 mil casos e 500 mortes no Brasil, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Doença é comum entre pessoas jovens
Em reportagem de VEJA SAÚDE, o médico onco-hematologista Otavio Baiocchi, do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explicou que a condição pode acometer pessoas de qualquer idade, porém, é mais comum em pessoas jovens, com alta prevalência entre os 15 e 35 anos, e entre aquelas acima dos 50.
“Trata-se do câncer mais comum em adolescentes e jovens adultos e corresponde a cerca de 2% de todos os cânceres no mundo”, disse.
Quais são as causas?
As causas desse quadro não são completamente esclarecidas pela ciência. No entanto, estima-se que esta é uma doença adquirida e não hereditária.
Uma das hipóteses para o surgimento do problema é a exposição à radiação e a outros produtos químicos, como o benzeno e pesticidas.
Além disso, as chances também são aumentadas para quem tem o sistema imunológico comprometido, além daqueles que convivem com infecções pelo HIV ou pelo vírus Epstein-Barr.
Quais são os sintomas do linfoma de Hodgkin?
Considerando que a doença pode surgir em qualquer parte do corpo, a manifestação de sintomas depende da localização do tumor.
Caso se desenvolva em linfonodos superficiais do pescoço, axilas e virilha, formam-se as ínguas (que lembram inchaços e caroços) indolores nesses locais.
“Os sinais podem ser variados e inespecíficos, incluindo inchaço dos linfonodos, febre persistente, suores noturnos, perda de peso significativa, cansaço excessivo, coceira generalizada no corpo, incômodos gastrointestinais, tosse e dificuldades respiratórias devido à compressão de vias aéreas”, pontua Baiocchi.
Se a doença ocorre na região do tórax podem surgir tosse, falta de ar e dor torácica. Quando se apresenta na pelve ou no abdômen, os sintomas são desconforto e distensão abdominal. Outros sinais de alerta são febre aumento do baço, cansaço, suor noturno e coceira no corpo.
Como é feito o tratamento de um linfoma?
De acordo com o Ministério da Saúde, o linfoma de Hodgkin, apesar de relativamente agressivo, é um dos cânceres mais facilmente tratáveis. Quase todos os jovens com linfoma de Hodgkin são curados. Segundo estimativa da pasta, para pessoas acima de 50 anos, o índice de cura é de 75 a 80%.
Como mostrado por VEJA SAÚDE, a definição da linha terapêutica considera um conjunto de fatores, como as características do tumor, as condições físicas do paciente e a presença de outras doenças associadas.
Pode ser utilizada a quimioterapia, associada ou não à radioterapia. “Em casos específicos, podem ser necessárias imunoterapias ou transplante de medula óssea”, resume o médico.
Após a conclusão, os pacientes devem ser acompanhados em consultas periódicas. Em casos de retorno da doença, são avaliadas alternativas de acordo com a primeira opção utilizada.
“Cerca de 90% dos pacientes alcançam a cura, especialmente quando diagnosticados precocemente. Para muitos, isso significa uma vida longa, saudável e com boa qualidade, permitindo o retorno às atividades normais”, conclui.
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Fonte.:Saúde Abril


