A linguiça de Bragança, produzida há décadas na cidade de mesmo nome do interior de São Paulo, agora pode ser comercializada em todo o Brasil.

A expansão de mercado ocorre porque Bragança Paulista adaptou o serviço de inspeção municipal às regras exigidas pelo Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal, o Sisbi-Poa, do governo federal. O instrumento padroniza a fiscalização de carnes, laticínios, ovos e pescados no país.

Na prática, a equiparação funciona como um carimbo de aprovação federal para o sistema local de controle sanitário. Antes, a atuação do serviço de inspeção restringia a venda da linguiça ao município e à região próxima; com o Sisbi-Poa, esse controle passa a ter validade nacional, permitindo a circulação do produto em todos os estados.

Para isso o Bragança Paulista precisou de ajustes no corpo técnico de fiscalizadores, como o número de médicos-veterinários.

Na cidade só uma empresa está habilitada para expandir as suas vendas por enquanto, mas outras poderão solicitar o enquadramento caso atendam às novas exigências de produção e rotulagem.

O município tem hoje 15 produtoras do embutido. Com a mudança, a indústria local prevê que a produção triplique.

A linguiça de Bragança é um embutido feito à base de carne suína, gordura e condimentos (alho, pimenta e cebola). É feita de forma artesanal desde o início do século 20, quando começou a ser produzida por imigrantes italianos.

O produto ganhou fama em feiras, festivais gastronômicos e restaurantes locais, consolidando-se como um dos principais cartões de visita da culinária bragantina.