Um novo tipo de colesterol passou a despertar a preocupação dos cardiologistas e a integrar as diretrizes nacionais de controle e prevenção da doença cardiovascular. É a Lp(a) – lê-se “élepeazinho”. Trata-se de uma partícula de LDL que, agregada a outra molécula, torna-se ainda mais perigosa para as artérias, elevando o risco de infarto e AVC.
O que é a Lp(a)?
Cardiologistas já se referem a ela como “o colesterol amaldiçoado”. Se o LDL é o “ruim” e o HDL, o bom, a Lp(a) se mostra particularmente danosa aos vasos sanguíneos.
Ela é formada pela conjugação de um LDL com uma molécula de uma apolipoproteína, o que, na prática, a transforma em um partícula gordurosa mais “grudenta” e inflamatória para as artérias, aumentando as chances de uma obstrução no sistema circulatório.
Como se mede a Lp(a)?
A exemplo dos outros tipos de colesterol, ela é dosada em um exame de sangue. O teste específico pode ser feito uma vez na vida, pois os níveis de Lp(a) são mais estáveis por serem determinados geneticamente. Segundo a nova diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a medição deve ser acrescentada ao check-up, de acordo com a avaliação médica, e não deve passar de 30 mg/dl.
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Por que é importante dosá-la?
Ela representa um risco adicional e significativo na propensão à doença cardiovascular. Mesmo pessoas mais magras e com outros parâmetros de saúde controlados podem estar sujeitas a ameaças como infarto em função de níveis elevados de Lp(a) no sangue.
Em famílias com histórico de taxas altas dessa partícula, encoraja-se a investigação dos filhos ainda mais cedo.
Como se baixam os níveis de Lp(a)?
Diferentemente de outros tipos de colesterol, como o próprio LDL, as taxas de Lp(a) são bem menos sensíveis a intervenções no estilo de vida, como dieta e exercício. Tampouco respondem a medicamentos tradicionais, como as estatinas.
Embora remédios mais modernos, como os inibidores de PSCK9, possam baixar os níveis, o efeito se limita a uma redução de cerca de 20%. Nesse cenário, os médicos prescrevem o reforço do controle dos demais fatores de risco, inclusive do colesterol total e do LDL, para compensar o problema.
Há mudanças no tratamento?
A expectativa é que, em 2026, tenhamos os resultados dos estudos finais com a primeira geração de medicações projetada para baixar a Lp(a). Trata-se de injeções de RNA que, uma vez no fígado, atuam sobre a fabricação dessas moléculas, derrubando os níveis em circulação em mais de 90%.
Cardiologistas apontam que, se essas drogas forem bem-sucedidas, representarão uma nova mudança de paradigma na prevenção das doenças cardiovasculares.
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Fonte.:Saúde Abril