(FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) afirmou nesta quarta-feira (17) que seus ministros e respectivos partidos precisarão decidir de qual lado estarão na eleição de 2026, chamada por ele de “hora da verdade”.
Durante reunião ministerial, o presidente também disse que o governo ainda não conseguiu construir a narrativa correta para alcançar a população e que a polarização política dificulta o convencimento do eleitorado.
“Ano que vem é o ano em que a gente tem a oportunidade, não só porque estaremos em disputa, mas porque cada ministro, cada partido que vocês participam vai ter que estar no processo eleitoral e vai ter que se definir de que lado tá. Será inexorável as pessoas definirem o discurso que vão fazer. Eles vão ter que defender aquilo que eles acham que podem elegê-los”, disse.
“Importante que a gente tenha noção que nós precisamos fazer com que o povo saiba o que aconteceu nesse país. Eu tenho a impressão que o povo ainda não sabe. Eu tenho impressão que nós ainda não conseguimos a narrativa correta para fazer com que o povo saiba.”
Para dar ênfase à disputa do ano que vem, Lula e seus ministros apresentaram quadros comparativos críticos ao governo Jair Bolsonaro (PL).
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, lançou sua pré-candidatura ao Planalto, e o governo quer reforçar o enfrentamento contra o bolsonarismo.
“O dado concreto é que o ano eleitoral vai ser o ano da verdade. Ou seja, temos que criar a ideia da hora da verdade para mostrar quem é quem nesse país, quem faz o que nesse país, o que aconteceu antes de nós”, declarou Lula na reunião.
O recado do presidente ocorre após meses de ruídos com os partidos do centrão, grupo que tem ministros na Esplanada e que pode apoiar adversários de Lula na disputa, como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ratinho Jr (PSD).
No último mês, o principal atrito foi registrado com o União Brasil, que acabou por expulsar Celso Sabino (Turismo) da sigla, após o ministro ter optado por se manter no governo Lula. Dirigentes da sigla fizeram críticas públicas à gestão petista e orientaram afastamento de seus filiados.
Os ministros Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), André Fufuca (Esportes), Carlos Fávaro (Agricultura), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e André de Paula (Pesca) são alguns dos nomes da Esplanada que ainda integram partidos considerados do centrão.
O petista reconheceu o desejo de seus auxiliares de disputar o pleito e pediu: “Aquele que tiver que se afastar [da Esplanada], por favor, ganhe o cargo que disputar”.
“É sempre assim: quando você tira um ministro, ele chora, mas quando ele quer sair, encontra todos os argumentos necessários para sair e joga a responsabilidade em cima do povo”, disse.
A reunião ministerial ocorre na Granja do Torto, a casa de campo oficial da Presidência. Neste encontro periódico, que costuma ocorrer pelo menos duas vezes por ano, o presidente reúne seus ministros para fazer um balanço das entregas do governo.
Esta é a terceira reunião ministerial do ano. A primeira, foi realizada no começo do ano, em janeiro, enquanto a última foi feita em agosto, quando as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil estavam entre as principais preocupações da gestão.
COMUNICAÇÃO
No encontro, Lula também cobrou que seus ministros adotem uma comunicação mais clara e criticou a divulgação de informações com documentos que “ninguém vai entender”.
“Precisamos ter um esforço muito grande, todos os ministros têm que conhecer todas as políticas”, disse. “Se a gente tiver o conhecimento do todo, fica muito mais fácil de a gente trabalhar para o governo, que não é o governo do Lula. Vocês falam ‘o governo do presidente Lula’ e parece que vocês não são governo”, declarou.
“Isso que eu quero que aconteça a partir de agora. A comunicação tem responsabilidade do Sidônio, das entrevistas que eu dou, mas tem também a responsabilidade cada um. Esse ano não quero ser grosseiro com ninguém, mas é preciso que a gente não confunda poluição visual com comunicação. É preciso não embaralhar mil coisas numa página de papel.”
As falas foram feitas após longa apresentação de balanço das ações feita pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, seguida do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Lula também disse que convocará reuniões individuais com todos os chefes de pastas na Esplanada.
“Outros que são ministérios mais sofisticados, que exige conhecimento jurídico, às vezes faz um documento que ninguém vai conseguir ler. É importante que na hora da comunicação a gente não faça para a gente mesmo. Não é para você que você está fazendo, está fazendo para alguém. E é preciso saber se esse alguém está entendendo o que você está falando”, declarou.

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Folhapress | 21:12 – 17/12/2025
Fonte Noticias ao Minuto


