(FOLHAPRESS) – Aliados do presidente Lula (PT) afirmam que não está na ordem do dia do presidente a definição sobre quem deverá assumir o comando da AGU (Advocacia-Geral da União) no lugar de Jorge Messias, recém-indicado para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo auxiliares do petista, a prioridade número 1 do chefe do Executivo é garantir a aprovação do nome do aliado na sabatina no Senado.
Lula oficializou nesta quinta-feira (20) a indicação de Messias para a vaga aberta na corte com a saída do ministro Luís Roberto Barroso, contrariando a cúpula do Senado. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), trabalhava pela indicação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seu antecessor no cargo e um de seus aliados mais próximos.
Desde quinta, Alcolumbre tem demonstrado incômodo com a escolha de Messias e afirmado a interlocutores que trabalhará contra a aprovação do chefe da AGU.
De acordo com aliados de Lula, os nomes que circulam nos bastidores como potenciais substitutos de Messias na AGU ainda não foram discutidos pelo presidente e estariam, neste momento, sendo defendidos por apoiadores dos próprios candidatos. Eles ressaltam que, até a sabatina, Messias seguirá à frente do órgão e, portanto, esse tema só será tratado posteriormente.
Esses auxiliares apostam em uma solução caseira, com a indicação de quadros da própria AGU. Entre os cotados, estão o advogado-geral substituto, Flavio Roman, a secretária-geral de Contencioso, Isadora Cartaxo, a procuradora da Fazenda, Anelize Almeida, a procuradora-geral Federal, Adriana Venturini, e a procuradora-geral da União, Clarice Calixto. Outro nome lembrado é o da procuradora federal Manuellita Hermes.
A escolha por uma mulher seria uma maneira de atenuar cobranças após a indicação de mais um homem branco para o Supremo, dizem interlocutores do petista. A escolha de Lula ter sido oficializada na data em que é celebrado o Dia da Consciência Negra foi criticada até mesmo por aliados. Eles avaliam que o movimento deu margem para mais críticas junto à sua base.
Um interlocutor frequente de Lula não descarta que ele opte pelo que classifica como continuidade na gestão da AGU e, nesse cenário, cita o nome de Roman, que seria uma opção segura nesse sentido. Ele diz que Lula deverá, caso reeleito em 2026, indicar mulheres para o STF e avalia que escolher uma advogada-geral não atenuaria essa pressão sobre o petista.
Aliados do presidente afirmam ainda que esse debate também deverá ficar para um segundo momento para não gerar dificuldades no processo da análise do nome de Messias no Senado. Tratar disso agora, afirmam, seria sinalizar ao Congresso que já consideram o nome do advogado-geral aprovado na Casa, desconsiderando o diálogo com os parlamentares.
Além disso, poderia gerar uma duplicidade de comando no próprio órgão, uma vez que Messias seguirá à frente da AGU enquanto sua indicação tramitar no Senado. Três aliados que estiveram recentemente com Lula dizem que ele não tratou de eventuais substitutos do advogado-geral nas conversas sobre a indicação do aliado ao STF.
A indicação para vagas no Supremo são prerrogativas da Presidência da República, mas os nomes precisam ser chancelados por ao menos 41 dos 81 senadores, em votação secreta.

A Polícia Federal prendeu o ex-presidente na manhã deste sábado, em Brasília, durante a etapa final do processo sobre a trama golpista. A Justiça o condenou a 27 anos e três meses de prisão, marcando um dos capítulos mais duros da política recente.
Notícias ao Minuto | 06:53 – 22/11/2025
Fonte. Noticias ao minuto


