
“Mostramos ao Brasil e ao mundo que somos defensores do diálogo e da fraternidade, e que não fugimos da luta. Optamos pela diplomacia, protegemos nossas empresas e evitamos demissões”, disse Lula da Silva em mensagem transmitida em rede nacional de rádio e televisão.
Em pouco mais de seis minutos, o líder brasileiro, que prometeu se recandidatar em 2026, reconheceu que este foi um ano “difícil”, mas afirmou que, ao final, “todos aqueles que estavam contra o Brasil acabaram perdendo”.
Lula da Silva também lembrou “o sucesso” da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada na cidade de Belém, e, em seguida, mencionou o episódio das tarifas norte-americanas impostas às exportações brasileiras.
Brasil e Estados Unidos viveram uma crise sem precedentes em meados deste ano, quando Trump anunciou tarifas de 50% sobre as importações brasileiras, em retaliação ao julgamento que levou à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019–2022), aliado do republicano, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.
A ofensiva do governo Trump incluiu a abertura de investigações sobre supostos “abusos comerciais” cometidos pelo Brasil, sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, que conduzia o processo contra Bolsonaro, e a revogação de vistos de autoridades brasileiras.
O cenário, no entanto, mudou em setembro passado, quando Lula e Trump se encontraram brevemente nos corredores da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Desde então, os dois conversaram várias vezes por telefone e chegaram a se encontrar pessoalmente em 26 de outubro, em Kuala Lumpur, durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
A partir daí, os Estados Unidos reduziram ou eliminaram tarifas sobre alguns produtos brasileiros e suspenderam as sanções contra o ministro responsável pelo caso Bolsonaro.
“Negociamos o fim do aumento das tarifas e agora, em dezembro, ultrapassamos a marca de 500 novos mercados para os nossos produtos. Nossa soberania e nossa democracia saíram vitoriosas, e o povo brasileiro triunfou”, afirmou Lula.
Na mensagem de Natal, Lula da Silva também condenou a violência contra as mulheres e prometeu “liderar um grande esforço nacional”, com a participação de ministros, instituições e da sociedade brasileira, para erradicar esse tipo de crime.
O presidente apelou aos homens para que assumam “um compromisso sincero”, “em nome do que há de mais sagrado”, para serem aliados na luta contra a violência de gênero.
Na área trabalhista, o líder do Partido dos Trabalhadores defendeu a redução da jornada de trabalho sem diminuição de salários, tema que está em debate no Congresso Nacional, atualmente dominado por forças conservadoras.
Fonte. Noticias ao minuto


