O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou a tribuna da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (23), para reafirmar o compromisso do Brasil com a democracia e com a soberania nacional. Em um discurso duro contra autocratas e interferências externas, Lula também fez referência ao julgamento e à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por crimes contra o Estado Democrático de Direito. “Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela”, afirmou Lula, sendo aplaudido pelos presentes.
Sem citar diretamente o nome de Jair Bolsonaro, em alguns trechos de seu discurso, Lula ressaltou que o Brasil conseguiu responsabilizar judicialmente aqueles que atentaram contra a ordem democrática. Segundo ele, o julgamento foi um “marco de resistência institucional” e mostrou que “nenhum líder está acima da Constituição. Nosso país enfrentou a tentativa de ruptura democrática mais grave desde o fim da ditadura militar. O processo judicial contra o ex-presidente demonstrou que as instituições sólidas são capazes de resistir ao golpismo e de aplicar a lei de forma justa, assegurando amplo direito de defesa”, declarou o presidente da República.
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O chefe do Executivo também aproveitou o discurso para criticar sanções unilaterais, interferências externas e regimes autoritários. Para Lula, o enfraquecimento das democracias abre espaço para crises sociais e humanitárias.
Ele defendeu o multilateralismo, a cooperação entre os países e o fortalecimento da ONU como fórum legítimo de resolução de conflitos. “Nenhuma nação deve se arvorar a tutelar outra. O respeito à soberania é condição fundamental para a paz e para o desenvolvimento”, pontuou.
Lula ainda enfatizou que democracia não se resume apenas ao processo eleitoral, mas também ao acesso a direitos básicos como saúde, educação, segurança alimentar e moradia. “Não há democracia plena onde há fome, desigualdade extrema e desamparo social”, reforçou.
Fonte.: MT MAIS