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Introdução
Alerta do TJ-SP: a manipulação e venda ilegal de tirzepatida (similar ao Mounjaro) é um grave risco à saúde pública. Farmácias produzem em larga escala sem controle, expondo pacientes a riscos como dosagens imprecisas e contaminação. Decisão judicial impõe multa de R$ 10 milhões e proíbe a prática. Entenda o perigo.
- Decisão judicial proíbe manipulação e comercialização indevida de tirzepatida (Mounjaro similar), classificando-a como grave questão sanitária.
- Risco à saúde: Medicamentos manipulados irregularmente podem ter dosagens imprecisas, contaminantes ou falta de princípio ativo, causando reações adversas sérias.
- Violação de patentes e Anvisa: A produção em larga escala por farmácias de manipulação fere normas da Anvisa e patentes do Mounjaro.
- Multa milionária: A empresa citada foi multada em R$ 10 milhões e teve a manipulação e publicidade dos produtos suspensa imediatamente.
- Ética médica: Médicos são proibidos de vender medicamentos diretamente em consultórios para evitar conflitos de interesse e garantir a segurança do paciente.
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Resumo gerado por ferramenta de IA treinada pela redação da Editora Abril.
Uma decisão de 10 de dezembro de 2025 do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo lançou um alerta importante para toda a população e profissionais da saúde: a manipulação e comercialização indevida de medicamentos similares ao Mounjaro (cujo princípio ativo é a tirzepatida) não é apenas um problema legal — é uma grave questão sanitária.
O juiz responsável pelo caso não deixou dúvidas: o risco à saúde coletiva é real. Em sua decisão, ele reforçou que a produção desses medicamentos por farmácias de manipulação, de forma padronizada e em larga escala, fere normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e principalmente coloca em risco direto a segurança de milhares de pacientes.
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Por que a manipulação de tirzepatida é ilegal
O medicamento original, Mounjaro, é protegido por patente e deve ser prescrito apenas por médicos após avaliação individualizada.
Contudo, investigações revelaram que algumas farmácias estavam manipulando e vendendo versões do medicamento antes mesmo da prescrição médica. Essa prática, além de ser ilegal, ignora controles rigorosos exigidos da indústria farmacêutica — como testes de pureza, estabilidade e eficácia dos compostos.
Riscos do uso de produtos manipulados irregulares
A preocupação aqui é que medicamentos manipulados, quando feitos fora dos padrões legais, podem conter dosagens imprecisas, substâncias contaminantes ou sequer apresentar o princípio ativo prometido.
No caso da tirzepatida, usada no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade, um desequilíbrio na produção pode causar:
A própria Anvisa, em nota técnica anexada ao processo, reforçou que a manipulação irregular da tirzepatida não segue os parâmetros de segurança exigidos para medicamentos industrializados. Isso representa uma ameaça direta à saúde pública — com o agravante de que muitos pacientes acreditam estar adquirindo um produto equivalente ao original, o que não é verdade.
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Decisão impõe multa milionária e suspensão imediata
A liminar de 10 de dezembro determina que a empresa citada na decisão se abstenha imediatamente de manipular, estocar ou vender medicamentos contendo tirzepatida fora dos limites previstos pela RDC nº 67/2007. A multa em caso de descumprimento é de R$ 10 milhões. A decisão também manda suspender a publicidade enganosa desses produtos, inclusive nas redes sociais.
Outro ponto notório que tem sido visto nos últimos tempos é o fato de médicos venderem este medicamento (manipulado ou não) diretamente no seu consultório.
Conforme o Código de Ética Médica, é vedado ao médico comercializar medicamentos em seu consultório ou se beneficiar financeiramente da venda de substâncias prescritas. Essa norma existe para proteger o paciente contra conflitos de interesse e garantir que a prescrição seja feita unicamente pelas necessidades clínicas.
A Resolução CFM nº 1.931/2009 deixa claro em seu artigo 69: “É vedado ao médico exercer simultaneamente a medicina e a farmácia, ou manter vínculo com estabelecimentos que comercializem medicamentos, equipamentos, órteses ou próteses, que configure benefício financeiro direto ou indireto.”
Mensagem final: segurança deve vir sempre em primeiro lugar
Este caso como um todo reforça uma mensagem vital: nem tudo que parece seguro é de fato inofensivo.
Sempre desconfie de promessas milagrosas e busque orientação médica qualificada. Medicamentos devem seguir normas rígidas para garantir eficácia e segurança — e quando essas normas são ignoradas, quem paga o preço é o paciente.
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Fonte.:Saúde Abril


