A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro participou nesta terça-feira (10) da 18ª Marcha Nacional pela Vida, contra o Aborto, em Brasília. Sob o lema “Salvem os Humanos” em referência as campanhas ambientais em defesa dos animais, o evento contou com a presença de movimentos pró-vida de todo o país, lideranças religiosas, parlamentares e ativistas contrários à legalização do aborto no Brasil.
Ao discursar para centenas de pessoas, Michelle reforçou a sua posição em defesa da vida desde a concepção. Ela também fez críticas ao atual governo que, segundo ela, incentiva a “cultura da morte”, e ao Supremo Tribunal Federal (STF) por querer liberar o aborto, por meio da ADPF 442.
“Desde que existe a humanidade, nós sabemos que tem um lado obscuro da história, um massacre de inocentes. Infelizmente, nós temos representantes legais, nós temos discípulos de Herodes na nossa nação. Mas nós temos também um exército de homens e mulheres, guerreiros, resilientes, que vão dizer sim à vida e não ao aborto”, declarou Michelle.
A ex-primeira dama ainda destacou que mais de 77 países tem o aborto legalizado e afirmou que a nação brasileira não vai permitir o avanço da “cultura da morte”.
No Brasil, o aborto é considerado crime pelo ordenamento jurídico. O Código Penal exclui a pena apenas em casos de gravidez decorrida por estupro ou quando há risco de morte materna (art. 128). Em 2012, o Supremo Tribunal Federal excluiu a possibilidade de aplicação de pena para gestações de bebês com anencefalia.
Brasil sem Aborto
A marcha é organizada pelo Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil Sem Aborto (BSA), suprapartidário e supra religioso, que defende a preservação da vida desde a fecundação. A atuação da entidade se baseia em pesquisas científicas e evidências nos campos da genética, embriologia, bioética e legislação vigente.
Entre as principais pautas do movimento estão a aprovação do Estatuto do Nascituro (PL 478/2007), a instituição do Dia do Nascituro (PL 2611/2021 e PL 4281/2023), além da aprovação do PL 1301/2025, que propõe proibir o uso do procedimento de assistolia fetal.
Em entrevista à Gazeta do Povo, a presidente do BSA, Lenise Garcia, criticou duramente a resolução 1258/2024 do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), aprovada em dezembro do ano passado, que trata da garantia de acesso ao aborto legal para adolescentes, inclusive sem o consentimento dos pais.
“A população brasileira não está consciente do que foi votado às vésperas do Natal. Eles querem que qualquer adolescente possa fazer aborto, inclusive sem o conhecimento dos pais. Isso é extremamente grave”, afirmou Lenise. “Se uma menina com menos de 14 anos não tem maturidade para consentir em uma relação, como terá maturidade para decidir por um aborto?”
Ela destacou ainda o apoio ao Projeto de Decreto Legislativo (PDL) em tramitação no Congresso Nacional que busca revogar a resolução do Conanda, e reforçou que a marcha também serve como manifestação pública em favor da proposta.
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Luta pró-vida
A deputada Chris Tonietto, por sua vez, classificou o atual cenário como um dos mais críticos na história da luta pró-vida no país.
“Hoje temos o pior cenário já visto. A recente decisão do STF que suspendeu a resolução do CFM, que proibia a assistolia fetal, e a resolução do Conanda escancararam as porteiras para a cultura da morte”, declarou. “A marcha de hoje é uma resposta do povo brasileiro, que rejeita o aborto e está disposto a lutar pela vida.”
Também presente na manifestação, Tamires Pontes, vice-presidente do Instituto Vida e Família de Florianópolis (SC), ressaltou a importância da mobilização popular diante do avanço de propostas que flexibilizam o aborto no país.
“A vida é um direito inviolável, dado por Deus, e o bem mais precioso. Estar aqui é muito significativo, porque o Brasil ainda é um dos poucos países da América Latina onde o aborto não é legalizado. Se legalizarem, perderemos gerações inteiras”, alertou.
Tamires ainda destacou que o seu Instituto realiza um trabalho importante no “aconselhamento e assistência às mulheres em tentação de praticar um aborto, acompanhando-as durante a gestação, o parto e após o parto.
O evento foi marcado por faixas, orações, discursos e músicas que reforçavam a defesa da vida “desde a concepção”. A marcha seguiu em direção ao Congresso Nacional, onde líderes do movimento entregaram manifestos e reafirmaram sua oposição a qualquer tentativa de legalização do aborto.
Veja fotos da 18ª Marcha Nacional pela Vida, contra o aborto:

Cartazes na 18ª Marcha Nacional pela Vida, contra o aborto em Brasília.

Ex-primeira dama Michelle Bolsonaro na 18ª Marcha Nacional pela Vida, contra o aborto.

18ª Marcha Nacional pela Vida, contra o aborto.

Movimentos e pessoas pró-vida na 18ª Marcha Nacional pela Vida, contra o aborto.
Fonte. Gazeta do Povo