A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) criticou a premiação do Nobel da Paz à líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado. Para a petista, o prêmio é “moralmente” da ativista Greta Thunberg.

O posicionamento gerou críticas. O ex-deputado estadual Douglas Garcia (União-SP) apontou contradição, já que Corina é uma mulher e, por isso, deveria receber apoio em razão do recebimento do prêmio: “Incrível como as mulheres de esquerda não conseguem aplaudir a conquista de outra mulher, simplesmente pelo fato dela ser conservadora. Cadê a união feminina?” Já o deputado federal José Medeiros (PL-MT) foi mais sucinto: “Eu não daria o prêmio, porque ela não merece”, opinou.

Já outros nomes, esses ligados à esquerda apoiaram a ideia. O jornalista Afonso Borges, por exemplo, opinou que “Ninguém no mundo merece o Nobel da Paz mais do que Gretha Thunberg. Até os seres do fundo do mar sabem disso.”

A Agência Brasil, braço da estatal Empresa Brasileira de Comunicações (EBC), publicou um artigo intitulado “Especialistas questionam escolha de prêmio Nobel da Paz”, apontando que “María Corina Machado é conhecida pelo apoio ao governo de Netanyahu”.

Corina foi laureada por lutar por democracia na Venezuela

Ao anunciar a premiação, o comitê responsável pelo Nobel da Paz justifica sua decisão. No caso de Corina, o órgão diz que a escolha ocorreu “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela”. Logo após ser laureada, Corina reiterou suas críticas à ditadura de Nicolás Maduro:

“Não estamos mais enfrentando uma ditadura. Isso não é uma ditadura convencional, latino-americana, hierárquica. Trata-se de uma dinâmica absolutamente criminosa, que foi sofrendo mutações e se tornando mais complexa e mais perigosa, não só para a Venezuela, mas para todo o hemisfério.”

Corina dedicou seu Nobel ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Trump era um dos cotados ao prêmio, e chegou a fazer campanha informalmente em favor da conquista. Envolvido na negociação por paz ao redor do mundo, o presidente americano obteve o cessar-fogo entre Hamas e Israel. Seu sucessor, o ex-presidente Joe Biden tentou o fim da guerra durante seu mandato, mas sem sucesso. Agora, os Estados Unidos tentam convencer o grupo terrorista a entregar suas armas.