Durante o programa Café com a Gazeta do Povo desta quinta-feira (12), o advogado Jeffrey Chiquini elogiou a postura do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) durante o depoimento da última terça-feira (10), no Supremo Tribunal Federal (STF). A postura leve e bem humorada do antigo chefe do Executivo, segundo o comentarista, “é como ele é, de fato”. Para o comentarista, inclusive, o processo já deveria ter sido encerrado, já que Mauro Cid, única prova da acusação, já confirmou que não houve qualquer tentativa de golpe.
“Na imprensa tradicional já estão deturpando o interrogatório do Mauro Cid e ninguém se atentou para o principal detalhe, que a reunião que levou Braga Netto para a prisão e está processando Bolsonaro, jamais se falou de golpe. O próprio Mauro Cid afirma isso. Então, esse processo já devia ter acabado”, ressalta.
Chiquini relembra que a reunião em questão, “a cereja do bolo da acusação”, teria sido apenas uma conversa de bar onde ofenderam Alexandre de Moraes. “O Mauro Cid fica até vermelho no interrogatório quando é questionado pelo ministro. Cid, que se tornou um colaborador, afirmou, até um tanto sem graça, que a reunião serviu para xingarem o Moraes”.
Bolsonaro converte pressão de julgamento em luta contra injustiças
Ao adotar falas firmes em seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) e rebater a narrativa de que teria arquitetado um golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou força com o eleitorado de direita em um cenário político em que ele é pressionado para apontar um sucessor. Segundo analistas ouvidos pela reportagem, mesmo sentado no banco dos réus, Bolsonaro tem conseguido converter as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) em uma percepção de injustiça e perseguição política e com isso ele se mantém como figura central no campo da direita.
Além do avanço do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro enfrenta a inelegibilidade até 2030, imposta pelo Tibunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023, com poucas chances de ser revertida.
Embora as consequências judiciais ainda não estejam definidas, o efeito político já está em curso: neste momento Bolsonaro está fora no páreo para disputar a Presidência da República em 2026, e, nesse cenário, o campo conservador enfrenta o desafio de reorganizar suas forças e definir como será representado nas urnas. Assim, a direita brasileira enfrenta um impasse: manter-se coesa em torno de seu líder, buscar um herdeiro político ou se reestruturar em torno de nomes chamados de “moderados” e que se aproximam da centro-direita.
Acompanhe o Café com a Gazeta desta quinta-feira na íntegra.
Fonte. Gazeta do Povo