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9 de outubro de 2025

MC Ryan tentou barrar ida à CPI, mas pedido foi negado – 09/10/2025 – Mônica Bergamo

MC Ryan tentou barrar ida à CPI, mas pedido foi negado – 09/10/2025 – Mônica Bergamo

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O funkeiro Ryan Santana dos Santos, o MC Ryan SP, compareceu nesta quinta-feira (9) à Câmara Municipal de São Paulo para depor à CPI dos Pancadões. A ida acontece um dia após ter perdido na Justiça uma ação em que tentava suspender sua convocação.

O cantor alegava abuso de poder e perseguição política por parte do presidente da comissão, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil). Durante a sessão, Ryan chegou a cantar o trecho de sua música “Cracolândia” direcionado ao parlamentar.

Na ação judicial, o artista argumentava que a CPI havia se desviado de sua finalidade original —investigar omissões do poder público na fiscalização dos bailes de rua— para criminalizar o funk e servir a interesses pessoais dos vereadores que conduzem o inquérito. Ele também questionava a validade da convocação, afirmando não ter sido intimado pessoalmente de forma adequada.

O Tribunal de Justiça, porém, rejeitou os argumentos. O juiz Caio Hunnicutt Fleury Moraes, da 1ª Vara da Fazenda Pública, considerou que o caso envolve a autonomia do Legislativo e que não há indícios de ilegalidade que justifiquem uma intervenção judicial. Segundo ele, a CPI foi formalmente constituída, e a definição de seu escopo cabe à própria comissão, dentro dos limites constitucionais.

O magistrado entendeu ainda que o receio de exposição pública ou de uso político da CPI não é motivo suficiente para suspender seus trabalhos, e que eventuais excessos poderão ser questionados posteriormente. Procurado, o cantor preferiu não se manifestar.

O funkeiro compareceu à oitiva após uma tentativa frustrada da comissão de ouvi-lo anteriormente. Ele havia justificado a ausência e não chegou a ser alvo de condução coercitiva. A medida vem sendo usada como ameaça contra depoentes que, convidados, não comparecem.

Outros artistas, como MC Pipokinha, Salvador da Rima e Gato Preto, também foram chamados, mas não compareceram às sessões passadas.

A CPI, prorrogada até 2026, investiga não apenas o impacto dos pancadões na cidade, mas também possíveis ligações entre adegas e distribuidoras e os casos recentes de contaminação de bebidas com metanol.

com DIEGO ALEJANDRO, KARINA MATIAS e VICTÓRIA CÓCOLO


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Fonte.:Folha de S.Paulo

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