Apesar da McLaren ter entrado na pausa de verão da Fórmula 1 com uma vantagem avassaladora de 299 pontos no campeonato de construtores sobre a Ferrari, entre pilotos, a situação da equipe papaia, mesmo que ainda feliz, é um pouco mais complicada. 

Com Oscar Piastri na liderança por apenas nove pontos sobre o companheiro de equipe Lando Norris, e o britânico a 88 pontos de Max Verstappen, que passa por uma fase de instabilidade com o carro da Red Bull, a briga pelo título tem se tornado uma batalha entre os dois pilotos de Woking, mas sem uma prioridade clara. Em entrevista ao The Race, o CEO da McLaren, Zak Brown, admitiu que “não são ingênuos e ainda acham que outros estão na disputa”, mas também falou sobre como o time vai lidar com o fato de que apenas Piastri ou Norris poderá vencer. 

“Vamos simplesmente sentar e ter uma conversa. ‘Certo, um de vocês vai vencer, vai ser o melhor dia da sua vida. O outro vai perder. Como vocês querem que a gente lide com isso? Querem que a gente pule e comemore com quem ganhou?’. Estamos totalmente conscientes e sensíveis em relação a como celebrar essa situação e acho que vamos apenas sentar com os pilotos e chegar a um acordo. É assim que pensamos, tudo volta à maneira como cuidamos das nossas pessoas”, explicou. 

Brown ainda relembrou uma situação vivida no GP da Grã-Bretanha, quando Piastri foi P2 e Lando P1, tendo sido prejudicado por uma penalidade controversa, que ele e a McLaren contestaram: “Claro, ele estava chateado, o que é compreensível. E geralmente recebo algumas mensagens nas redes sociais, de fãs. Recebi uma em particular que foi completamente fora da curva. Estava andando com o Oscar até a fanzone e falei: ‘Cara, você não precisava me mandar aquela mensagem!’, porque era uma mensagem bem agressiva de um fã do Oscar. Aí consegui arrancar uma risada dele”.

“Aí pensei: ‘Ótimo, estamos começando a quebrar o gelo’. Eu acredito em lidar com as coisas no momento, se for possível resolver na hora – ou, se for algo que não dá para resolver ali, talvez seja melhor deixar todo mundo esfriar a cabeça e resolver na segunda-feira. Às vezes é melhor deixar a temperatura baixar. Sempre tento quebrar o gelo, brincar um pouco com os pilotos. Então, quando consegui uma risada do Oscar, foi tipo: ‘Ok, estamos na fase de acalmar os ânimos’, sabe?. Isso é entender as pessoas aqui dentro”, continuou. 

“Eu pensei bastante sobre como lidar com o vencedor e o perdedor, digamos assim. Vai ser uma conversa que teremos com os pilotos, perguntando: ‘Como vocês gostariam que a gente se comportasse?’ Porque vamos ser muito cuidadosos com essa abordagem”, adicionou. 

Durante todo o ano, a McLaren tem se comprometido com uma política de ‘não-favorecimento’, tentando ao máximo dar aos dois pilotos a chance de batalhar na pista a cada corrida, mesmo que essa abordagem seja complicada quando os dois estão muito perto. 

“[A vitória] vai depender da execução. Está claro que, em termos de ritmo, não há praticamente diferença nenhuma. Tudo vai se resumir à consistência na execução – ou pode acabar dependendo da sorte: clima, safety car, ou um dos pilotos sendo tirado da corrida por alguém na pista”, finalizou. 

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