A doação de medula óssea é um procedimento essencial para salvar vidas, ajudando a enfrentar doenças que afetam a produção de células sanguíneas, como diferentes tipos de leucemia e outras questões de saúde congênitas ou que surgem ao longo da vida.
Encontrar um doador compatível, no entanto, pode ser um desafio. Mesmo entre irmãos, as taxas de compatibilidade raramente superam os 30%, e os números são muito menores quando se trata de doadores não-aparentados.
Por isso, sistemas públicos de saúde ao redor do mundo realizam o cadastramento de doadores voluntários, buscando manter uma base de dados atualizada com milhões de registros que podem ser acionados quando o sistema encontrar uma equivalência entre doadores e receptores em potencial.
No Brasil, essa lista é conhecida como Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), e é a terceira maior do mundo em seu gênero. Qualquer pessoa que cumpra os requisitos de idade e saúde básica pode se cadastrar para fazer parte da base.
Saiba mais sobre o que é necessário para se tornar um doador de medula óssea.
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Quem pode doar medula óssea?
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), para se voluntariar como doador de medula óssea é necessário preencher aos seguintes requisitos:
- Ter entre 18 e 35 anos;
- Estar em bom estado de saúde;
- Não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue, como HIV ou hepatite;
- Não ter história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus e artrite reumatoide).
No ato do cadastro, realizado em hemocentros de todo o país (pesquise junto à secretaria de saúde local onde fica o mais próximo de você), a pessoa deve apresentar documentos de identificação e preencher um formulário com suas informações pessoais. Caso algo mude, seus dados podem ser atualizados neste link.
Também é coletada uma amostra de sangue para exames de tipificação HLA, que determinam a compatibilidade do paciente.
É importante observar que, embora o cadastro como doador voluntário só permaneça aberto até os 35 anos, uma pessoa pode ficar nos registros até completar 60 anos, idade-limite para uma doação caso seja encontrado um receptor compatível.
O que acontece se encontrarem alguém compatível
Uma vez cadastrado, você permanecerá no Redome, mantido pelo INCA, até completar os 60 anos. Durante essa janela, interessados em doar podem ser contatados sempre que surgir um possível caso de compatibilidade.
Nessa situação, o doador voluntário é convidado para realizar testes adicionais que de fato garantam a compatibilidade e segurança do procedimento, e só então pode ser realizado o transplante.
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Como é a doação e a recuperação
Há duas formas principais de doação de medula óssea, via coleta por punção ou por aférese.
Na punção, realizada no osso do quadril, o procedimento é feito em centro cirúrgico e exige anestesia peridural ou geral. É necessária uma internação de 24 horas e, depois disso, pode haver dor no local da punção que tende a desaparecer sozinha em até uma semana.
Na aférese, a coleta é feita diretamente na corrente sanguínea. Esse procedimento dura cerca de 3 a 4 horas, mas exige o uso de medicação nos cinco dias prévios para estimular as células-tronco. Nesse período, a pessoa pode apresentar um quadro gripal.
De modo geral, a recuperação total leva cerca de duas semanas, até que o organismo do doador recomponha as células-tronco hematopoéticas, que se proliferam naturalmente.
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Fonte.:Saúde Abril