Don’t touch, it’s art! O Brasil, um dos maiores consumidores de memes, agora também dedica uma grande exposição a eles. Em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em São Paulo, até 3 de novembro, a mostra gratuita MEME: no Br@sil da memeficação reúne mais de 190 artistas e criadores de conteúdo para pensar esse fenômeno que já virou parte inseparável do nosso cotidiano.
A curadoria é assinada por Clarissa Diniz e Ismael Monticelli, e aposta na ideia de que os memes não são apenas piadinhas que circulam na internet, mas sim uma linguagem que molda a forma como pensamos, sentimos e nos reconhecemos como brasileiros. O resultado é uma montagem que mistura arte contemporânea, cultura digital e crítica social, sempre com uma boa dose de ironia.
Seis núcleos, seis jeitos de rir
Dividida em seis núcleos, a mostra ocupa todos os andares do CCBB com vídeos, neons, esculturas, figurinos, quadrinhos, instalações sonoras e até experiências interativas.
O primeiro núcleo, que recebe o nome de “Ao pé da letra”, explora a graça (e o estranhamento) de quando texto e imagem se encontram de maneiras inesperadas. Logo em seguida, a área “A hora dos amadores” lembra como a internet deu palco para pessoas comuns criarem conteúdo e, no processo, transformarem os memes em um instrumento de expressão e protagonismo social.
Na sequência, o espaço de “Da versão à inversão” mostra como a imitação – uma das bases da lógica memética – pode se transformar em crítica e paródia. Já em “O eu proliferado”, o foco está no espetáculo da vida privada nas redes, onde selfies, dancinhas e relatos pessoais se tornam performances públicas.
Os dois últimos núcleos aprofundam o lado mais político da zoeira. Em “Combater ficção com ficção”, os memes aparecem tanto como ferramenta de resistência quanto de manipulação, colocando em pauta os limites éticos do humor em tempos de polarização. Por fim, em “Memes: o que são? Onde vivem? Do que se alimentam?”, a curadoria brinca com a impossibilidade de dar uma definição única para o fenômeno, e deixa a provocação aberta para cada visitante, reforçando a ideia de que a “vocação memética” do Brasil já existia antes da era digital, em espaços como bordões da TV e cartazes de rua.
O Brasil explicado pela zoeira
Mais do que uma coletânea de posts engraçados, a exposição evidencia como os memes atravessam a vida pública e privada no país. “Enquanto fazemos memes, os memes refazem o Brasil”, diz o curador Monticelli.
A mostra ainda mistura universos diferentes: lado a lado, aparecem obras de nomes consagrados das artes visuais, como Anna Maria Maiolino, Claudio Tozzi e Nelson Leirner, e produções de criadores digitais como Porta dos Fundos, Melted Vídeos, John Drops e Greengo Dictionary.
Depois de São Paulo, a exposição passará por Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. E, como não poderia deixar de ser, o projeto tem desdobramentos online em parceria com o perfil New Memeseum. A partir da colaboração, conteúdos exclusivos irão circular nas redes sociais, ampliando o alcance da reflexão. Afinal, não faria sentido falar de memes só entre quatro paredes, por mais icônicas que sejam as do CCBB.
Serviço
Onde? Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo – Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico.
Quando? De 27 de agosto a 3 de novembro. De quarta a segunda-feira, das 9h às 20h.
Quanto? Ingressos gratuitos com retirada no site ou na bilheteria do CCBB
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Fonte.:Viagen