Uma ocorrência de morte a esclarecer envolvendo uma criança de apenas 3 anos mobilizou a Polícia Civil na tarde desta quarta-feira (24), em Cuiabá. O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
De acordo com informações do boletim, a menina deu entrada na UPA do bairro Pascoal Ramos às 13h10, levada por funcionários da creche onde permanecia no bairro Pedra 90. Ela apresentava desconforto respiratório e suspeita de pneumonia.
Apesar dos atendimentos realizados, a criança apresentou piora e morreu por volta das 16h11. Durante os procedimentos médicos, entretanto, surgiram indícios de possível violência sexual, o que levou a equipe plantonista da DHPP a ser acionada.
O delegado responsável, Edison Pick explicou como o caso chegou à delegacia. “Inicialmente, a gente foi acionado para atender uma liberação na UPA do Pascoal Ramos. Chegando lá, deparamos com uma criança de 3 anos que tinha dado entrada com dificuldade de respiração. Durante o atendimento, a equipe médica conseguiu visualizar que ela tinha sinais de violência sexual. Então, foi dada entrada, só que a criança, durante o atendimento, veio a óbito. Por isso, a DHPP foi acionada. E agora a gente está tentando apurar qual foi a causa dessa criança ir parar na UPA”, relatou.
Na unidade de saúde, os policiais civis ouviram os pais da vítima e também intimaram os funcionários da creche que levaram a criança ao hospital. Todos foram conduzidos à delegacia para prestar esclarecimentos.
Segundo a Polícia Civil, ainda na noite de quarta-feira foram realizadas 14 oitivas com testemunhas, familiares e pessoas ligadas à vítima, na tentativa de reunir informações que possam ajudar a esclarecer as circunstâncias da morte.
O delegado também comentou sobre o histórico familiar e a ausência da mãe no momento do ocorrido. “Estamos tentando entender a situação. Pessoas com carência, e a gente está tentando apurar cada detalhe. A mãe estava viajando, o pai estava sozinho aqui, então precisamos verificar como estava a rotina da família.”
Outro ponto apurado é a situação da creche, onde a criança estudava. Segundo a investigação, a menina ficou mais de 20 dias ausente, mas a instituição colaborou com documentos e informações.
“A creche forneceu toda a documentação histórica de frequência da criança e ressaltamos que os professores não podem tocar nas crianças. A instituição não tem nenhuma culpa nessa situação”, frisou o delegado.
Sobre a postura dos pais durante os depoimentos, o delegado relatou que eles ainda parecem não ter assimilado a gravidade do caso: “Até agora acho que a ficha deles não caiu ainda. Estão bem calmos, não esboçaram nenhuma reação de surpresa”, afirmou.
O corpo da criança foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de necropsia, que deverá confirmar a causa da morte e verificar os indícios de violência sexual observados no atendimento médico.
O caso segue sob investigação da DHPP.
Fonte.: MT MAIS