Moradores da Ocupação Contorno Leste, em Cuiabá, realizaram na noite desta quarta-feira (16) um protesto pacífico na Avenida Contorno Leste. A manifestação foi organizada em formato de “pare e siga”, para não bloquear totalmente o tráfego, e contou com a participação de famílias inteiras, incluindo mulheres, crianças e idosos.
Segundo os organizadores, o ato teve como objetivo chamar a atenção das autoridades para a situação das mais de 200 famílias que vivem na área e que aguardam uma solução definitiva para o direito à moradia. Os manifestantes reforçaram que não se trata apenas de um espaço físico, mas de uma questão de dignidade e cidadania.
Com cartazes e palavras de ordem, as famílias pediram a suspensão da decisão judicial que determinou a reintegração de posse da área e cobraram do poder público um plano de reassentamento digno. “Estamos aqui porque não temos para
Segundo os organizadores, a escolha pelo formato do ato foi pensada para evitar transtornos no trânsito e reforçar o caráter pacífico da mobilização. “Não estamos aqui para brigar com ninguém. Estamos lutando pelo básico, que é ter um teto. O direito à moradia é garantido pela Constituição, mas na prática somos ignorados”, afirmou João Batista, uma das lideranças comunitárias.
A Polícia Militar acompanhou o ato e confirmou que não houve registro de ocorrências. “A manifestação transcorreu de forma tranquila e ordeira. Nossa função é garantir a segurança de todos, tanto dos manifestantes quanto dos motoristas que passam pela região”, informou o tenente Carlos Henrique, do 9º Batalhão da Polícia Militar
A Prefeitura de Cuiabá também se posicionou sobre o caso. O prefeito Abilio Brunini (PL) afirmou que já está em tratativas para oferecer uma alternativa às famílias. “Estamos buscando soluções para que ninguém fique desamparado. O município tem dialogado com a Justiça e com representantes da ocupação para encontrar uma saída que respeite os direitos sociais”, declarou.
Movimentos sociais ligados à luta por habitação também participaram da mobilização. Para Ana Paula Ferreira, representante da União Nacional por Moradia Popular, a ação reforça a importância do diálogo. “Essas famílias não podem ser tratadas como um problema a ser retirado à força. É preciso enxergá-las como cidadãos que têm direitos e precisam ser ouvidos”, pontuou.
Apesar da tensão gerada pela ordem judicial, o protesto mostrou a organização e a determinação da comunidade.
Os moradores reforçaram que vão manter mobilizações pacíficas até que seja apresentada uma solução definitiva. “Não queremos favor, queremos justiça. E justiça é ter o direito de morar com dignidade”, concluiu Maria das Dores.
Fonte.: MT MAIS