8:11 PM
19 de novembro de 2025

Morgan Stanley: Shutdown é tiro no pé e tem tido efeito nulo no mercado

Morgan Stanley: Shutdown é tiro no pé e tem tido efeito nulo no mercado

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Renato Grandmont, diretor de investimentos do Morgan Stanley, destacou, em entrevista exclusiva ao CNN Money, que o impacto do shutdown do governo dos Estados Unidos sobre o mercado financeiro, até agora, tem sido nulo.

Grandmont observou que as taxas de juros de longo prazo seguem caindo, enquanto as bolsas norte-americanas sobem. Nesta quinta-feira (2), inclusive, os três principais índices dos EUA voltaram a renovar recordes.

Ele afirma, sobretudo, que o Morgan Stanley tem “uma perspectiva, hoje, bastante otimista, positiva para os ativos financeiros” dos Estados Unidos.

Para ele, o impacto do shutdown é mais político do que econômico. O ponto de atenção que levante é para “quanto tempo vamos ter governo fechado e soluções para reabrir”.

O presidente Trump diz que vai aproveitar a situação para demitir funcionários públicos, […] o governo está olhando como oportunidade para reduzir gastos. […] Ter votado pelo shutdown pode virar um tiro no pé para os democratas caso tenham pessoas sendo despedidas”, ponderou.

O especialista destaca que o país passa por “mudanças estruturais importantes”, apontando para a perspectiva de queda dos juros e o pacote fiscal conhecido como “One Big, Beautiful Bill” (uma grande, bela lei, em tradução livre) como potenciais motores de crescimento para os EUA nos próximos anos.

O projeto gerou controvérsia, principalmente por conta das renúncias fiscais que implica às contas públicas norte-americanas. Contudo, é exatamente pelo ponto de o pacote de gastos diminuir as taxas corporativas do país que Grandmont vê um potencial de movimentar a economia dos EUA.

“Uma política monetária com taxa de juros para baixo e uma política fiscal que deve ajudar o investimento nos Estados Unidos, onde já se vê muito forte em inteligência artificial, provavelmente deve ajudar não só a estabilizar a taxa de crescimento econômico, mas pode, para 2027 e adiante, melhorar a taxa de crescimento”, afirmou.

Ademais, destaca que as tarifas são um fato relevante para reforçar a política fiscal de Trump: o banco espera que sejam arrecadados US$ 500 bilhões, o equivalente a quase 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA.

Quanto ao cenário dos juros, apontou que a tendência é de queda não só nos EUA – onde as taxas devem cair até 3% ao final de 2026 -, mas no mundo.

Para o Brasil, a estimativa do Morgan Stanley é de que a Selic vai chegar a 11,5% no fim do próximo ano.

Brasil

Sobre o cenário brasileiro, Grandmont avalia que “a taxa de crescimento do Brasil deveria ser muito mais alta do que ela é”.

“O Brasil hoje é um país mais dependente da China, […] um país que tem um nível de pobreza bastante alto, deveria ter uma política industrial de 20/30 anos, não de mudança de governo e muda. Uma política de turismo onde as costas brasileiras poderiam estar atraindo público dos Estados Unidos e da Europa”, defendeu.

“Há um potencial muito grande para o país, mas em algumas áreas esse potencial não está sendo explorado. O Brasil precisa de uma política industrial de longo prazo, o que deve levar a se destacar com taxa de crescimento de 6%, 7%, 8% ao ano.”



Fonte: CNN Brasil

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