O jornalista e escritor Mino Carta morreu nesta terça-feira, 2, aos 91 anos, em São Paulo. Idas e vindas ao hospital marcaram o último ano do fundador e diretor de redação da revista Carta Capital.

As causas do óbito não foram divulgadas. De acordo com a publicação, o jornalista enfrentava problemas de saúde e, em última internação, havia permanecido por duas semanas em unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.

Ao longo da carreira, participou do lançamento e dirigiu revistas importantes da Editora Abril, como QUATRO RODAS (1960) e VEJA (1968), onde foi o primeiro diretor de redação, marcou presença em outros jornais re vistas, como IstoÉ, Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo.

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Desafios dos primeiros anos de VEJA

À frente de VEJA no período da ditadura, lidou com problemas ao publicar temas como a capa sobre o comunismo, ilustrada com uma foice e um martelo.

Outros momentos de tensão memoráveis envolvem uma capa que aborda a Igreja Católica politicamente engajada e a cobertura do congresso da União Nacional dos Estudantes em Ibiúna.

Mino também enfrentou a censura durante a ditadura militar abordando, de forma resumida, 150 casos de tortura na ditadura, e, em profundidade, três episódios.

Apreendida nas bancas, a edição inspirou outros veículos a pautarem o tema. Para tentar driblar a censura, a revista repercutiu o discurso do coronel responsável pela propaganda do regime com o título ambíguo “O presidente não admite tortura”.

VEJA passou a sofrer constante assédio dos agentes da repressão. Os episódios incluíam batidas à porta da redação para a retirada de críticos do regime em viaturas.

Carta permaneceu na revista até 1976.

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Última empreitada

A revista Carta Capital acaba de completar 31 anos. A primeira edição foi às bancas em agosto de 1994.

A publicação é até hoje baseada em três premissas que nortearam a carreira de Carta: a fidelidade à verdade factual, o exercício do espírito crítico e a fiscalização do poder onde quer que ele se manifeste.