O restaurateur Nelson de Abreu Pinto, dono do Bar Guanabara, um dos mais antigos, senão o mais antigo da cidade, morreu nesta segunda-feira (16), aos 93 anos. A informação foi divulgada no Instagram do estabelecimento.

Nas redes sociais, o Guanabara diz que a fundação do estabelecimento foi em 1910. Em uma pesquisa rápida, é possível constatar que havia anúncio do botequim no diário O Estado de S. Paulo desde abril de 1920 — no ano seguinte, o local teve seu registro na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) pelo empresário Noé Toffoli, na época em que ainda funcionava no número 61 da Rua Boa Vista.

Transferido depois para a Avenida São João, também no centro, onde está até hoje, foi adquirido por Abreu Pinto em 1968. Na década de 1970, foi sede de apresentações musicais e encontros de políticos, empresários e artistas.

Formado em Direito e filho de imigrantes portugueses, atuou como advogado, juiz classista e desembargador. O empresário foi proprietário ainda dos extintos restaurantes Villa Távola, Montijo, Bogotá, República, O Pinguim, A Brasileira e Leiteria Pereira.

Foi presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Município de São Paulo (Sinthoresp), da Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de São Paulo (Fhoresp), da Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo (Abresi) e da Confederação Nacional do Turismo (CNTur).

“Seu legado permanecerá vivo na história do turismo e da hospitalidade brasileira”, escreveu o Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo e Região (Sinthoresp) em nota de pesar.

“Dedicou sua vida a manter viva a tradição, o sabor e a história deste local tão querido por gerações de paulistanos e visitantes”, registrou a página oficial do Bar Guanabara.