Quem busca mais informações sobre O Brutalista, filme de Brady Corbet cotado para ganhar o prêmio principal do Oscar, pode acabar se surpreendendo: embora esteja estruturada como uma cinebiografia, a película de 215 minutos sobre o arquiteto László Tóth, um sobrevivente do Holocausto, é inteiramente fictícia. Mas, se Tóth não existiu, as inspirações da história são muito reais – e a principal delas pode ser visitada em Minnesota, nos Estados Unidos.
Central para a história do filme, o templo religioso em estilo brutalista surgiu no roteiro dos produtores como uma referência à Saint John’s Abbey Church, ligada a um mosteiro na localidade de Collegeville. A cerca de 125 km de Minneapolis, a cidade mais populosa do Estado, o local já era cultuado por entusiastas desse movimento da arquitetura moderna que prioriza o uso do concreto exposto, mas permanecia pouco conhecido pelo grande público até o sucesso do filme estrelado por Adrien Brody.

A história do mosteiro
O mosteiro beneditino de Saint John foi aberto na região na metade do século 19, mas o prédio que hoje direciona os olhares do mundo para lá surgiu quase 100 anos mais tarde, com a igreja sendo inaugurada apenas em 1961.
A estrutura foi obra do arquiteto Marcel Breuer, uma das figuras reais que acabariam sendo amalgamadas no fictício László Tóth. Há vários paralelos entre eles: húngaros, judeus, formados na conceituada escola Bauhaus, e escalados para desenhar uma estrutura religiosa – cristã – em um lugar ermo dos Estados Unidos, para onde emigraram.

Breuer não viveu os horrores do nazismo em primeira mão (ele já havia se radicado nos EUA em 1937, dois anos antes do estopim da Segunda Guerra), e aí se encerram as comparações com Tóth, que também incorpora a trajetória de outros arquitetos de seu período. Mas a igreja guarda muitos dos elementos que podem ser vistos como pontos que guiavam os trabalhos do personagem-título de O Brutalista, especialmente o gosto por um estilo revolucionário e controverso para estruturas religiosas naquele período. Em entrevista à AFP, o diretor Brady Corbet admitiu que esteve em Saint John e que a leitura de um livro sobre a criação da abadia serviram de inspiração.
Como visitar
Esquecido até o sucesso do filme, o local recebe visitantes e aceita doações – mais de seis décadas após a construção, boa parte da estrutura até então esquecida necessita de reformas, em uma situação agravada pela diminuição da ordem religiosa que mantém o local. Outrora o maior mosteiro beneditino do mundo, hoje ele conta com menos de uma centena de monges – no auge, eram quase 350.

A igreja abre todos os dias das 7h às 22h, e só não recebe visitantes em horários de missas e orações. É possível visitar o espaço por conta própria, mas grupos de seis ou mais pessoas podem solicitar um tour guiado por um monge residente, que geralmente ocorre às 13h30 nos dias úteis. Nesse caso, a visita custa US$ 5 dólares por adulto e US$ 2 por criança de até 12 anos. A visita monitorada dura em torno de uma hora.
Agendamentos e informações complementares podem ser encontrados no site oficial do mosteiro.
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Fonte.:Viagen