A Anvisa aprovou nesta segunda-feira (9) o emprego da tirzepatida (Mounjaro) no tratamento de obesidade em adultos.
Para usar o medicamento, é preciso ter mais de 18 anos e um índice de massa corpórea (IMC) acima de 30 ou 27 com pelo menos uma comorbidade (como diabetes, hipertensão, apneia do sono ou dislipidemia). Até então, esta arma farmacológica estava restrita ao diabetes tipo 2.
Nos estudos que levaram à aprovação, como o SURMOUNT 5, o uso semanal da tirzepatida resultou em redução de peso média de 20,2% em pessoas com obesidade sem diabetes, ou cerca de 22 kg, enquanto a semaglutida (de Wegovy e Ozempic) promoveu 13,7% de perda, ou 15 kg .
Isso representa um efeito 47% maior no controle do peso em comparação com a medicação mais potente até o momento.
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O que é e como atua a tirzepatida (Mounjaro)?
A tirzepatida é uma caneta injetável aplicada sob a pele uma vez por semana, com doses que começam baixas (2,5 mg) e vão aumentando até 15 mg, conforme orientado pelo médico.
Ao agir simultaneamente imitando os hormônios GLP-1 e GIP, ela reduz o apetite, aumenta a sensação de saciedade e acelera a queima de gordura
O tratamento exige supervisão médica contínua. Isso porque efeitos adversos, especialmente náuseas, diarreia, vômitos e desconfortos gastrointestinais, afetam cerca de 18% dos usuários, especialmente no início.
O acompanhamento não serve apenas para garantir segurança, mas também para ajustar a dose e motivar a continuidade do tratamento.
Receita retida: nova regra a partir de 23 de junho
Para evitar o uso indiscriminado, a Anvisa determinou que a partir de 23 de junho será obrigatória a retenção da receita médica em farmácias para tirzepatida e outros agonistas de GLP-1, como semaglutida e liraglutida.
A receita deverá ser impressa em duas vias — a farmácia ficará com uma — com validade de até 90 dias. O objetivo é garantir que o paciente esteja se tratando dentro das indicações corretas e com supervisão profissional.
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Tratamento poderoso, não um passe livre
A tirzepatida não é um remédio estético, mas um tratamento da obesidade como doença crônica. Seu uso deve ser parte de uma estratégia ampla que inclua, alimentação saudável, exercícios regulares, suporte multidisciplinar e principalmente o uso contínuo, pois sua suspensão pode resultar em reganho de peso.
Com a nova lei, a compra fica mais segura, mas também mais burocrática — reforçando que não se trata de receita fácil, mas de prescrição médica responsável.
Aprovado para diabetes tipo 2 em setembro de 2023 e recém-chegado às farmácias, em maio de 2025, o Brasil está vivendo um desabastecimento deste medicamento. Atualmente as doses que temos por aqui são as de 2,5 e 5 mg semanais.
Segundo a Farmacêutica Lilly, o abastecimento será recuperado nos próximos dias e, nos próximos meses, teremos disponíveis aas doses de 7.5mg, 10mg, 12.5 e 15mg.
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Fonte.:Saúde Abril