
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu uma mulher de 30 anos suspeita de tentar matar a ex-companheira após um mês do fim do relacionamento. Diana Trugilho da Rocha foi detida neste sábado (22) na praça de alimentação de um shopping em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Segundo a delegada Monica Areal, responsável pelo caso, a vítima procurou a delegacia relatando ter vivido dois anos em união estável com Diana e passado a ser perseguida e agredida após o término.
O depoimento descreve episódios de violência física, cárcere privado, tentativa de feminicídio e perseguição. A delegada afirmou ainda que a suspeita é “muito violenta” e possui “um grande domínio na cabeça da vítima”.
Segundo a delegada, Diana optou por ficar em silêncio ao ser ouvida na delegacia após a prisão. A reportagem não localizou a defesa da mulher.
A vítima relatou que a ex-companheira não aceitava o fim da relação e passou a monitorar seus deslocamentos, impedindo que fosse sozinha ao trabalho e à faculdade.
Dois dias antes da prisão, Diana foi buscar a ex-namorada na porta do trabalho, mas não a encontrou. A suspeita iniciou uma série de ligações e, ao reencontrar a mulher, a obrigou a voltar para a casa onde moraram juntas. Diana, que é faixa azul de jiu-jítsu, teria arrastado a vítima pelos cabelos até o carro, segundo os relatos.
Ainda de acordo com a vítima, no apartamento, a casa foi trancada, e as chaves, escondidas. Na manhã seguinte, segundo o relato, Diana jogou álcool no corpo da ex-companheira, acendeu um isqueiro e ateou fogo. A vítima conseguiu apagar as chamas, com ajuda da própria agressora.
A mulher disse que Diana inicialmente se recusou a levá-la ao hospital e buscou orientação de amigas enfermeiras por telefone. Ela só recebeu socorro depois e, ao receber alta, foi novamente levada ao apartamento, onde as agressões continuaram.
A vítima relata ter sido espancada com um cabo de vassoura, arremessada contra uma janela -que se estilhaçou- e ameaçada com uma tesoura, que quase a feriu.
Segundo o relato, a mulher só conseguiu fugir ao simular calma e aproveitar um momento de distração da agressora. Ela pediu ajuda em um bar, acionou o 190 e foi resgatada pelo tio.
Diana ainda teria tentado buscá-la no local e continuado a perseguição, incluindo idas à casa da mãe da vítima. Também teria furtado e danificado o celular da ex-namorada, segundo a polícia.
Após o registro do caso, a Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) iniciou as diligências e conseguiu localizar Diana por meio de redes sociais. Com ajuda da vítima, os investigadores marcaram um encontro com ela por meio do Instagram.
Apesar de informações de que a suspeita estaria armada, nenhuma pistola foi encontrada durante as buscas. Ela não ofereceu resistência e foi encaminhada ao sistema prisional.
A delegada afirmou que pedirá a conversão da prisão em flagrante para preventiva (sem prazo). Segundo Areal, Diana também tentou negar socorro, voltou a agredir a vítima após a alta hospitalar e ampliou o ciclo de violência.
Diana poderá responder por tentativa de feminicídio, cárcere privado, perseguição e furto do celular. O Tribunal de Justiça do Rio informou que a mulher passará por audiência de custódia na noite desta segunda-feira (24).
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Fonte. .Noticias ao Minuto


