Do bife do dia a dia ao corte especial para o churrasco, o amaciante de carne pode ser a diferença entre um prato suculento e uma experiência frustrante à mesa. Mas, para que ele funcione, é preciso saber qual tipo usar, como ele age e por quanto tempo aplicá-lo.
Aprendi isso da pior maneira possível, estraguei uma peça de alcatra inteira porque deixei marinando de um dia para o outro no suco de abacaxi, o resultado foi uma carne pastosa de gosto adocicadamente duvidoso.
Não pode deixar tempo demais, nem querer amaciar músculo para fazer na frigideira, cortes com muito colágeno exigem mais tempo de cozimento, portanto o amaciante não é milagroso, é estratégico.
Tipos de amaciantes e como eles funcionam
Existem três principais categorias de amaciantes, cada um com seu mecanismo e indicação ideal:
1. Amaciantes enzimáticos
Feitos à base de enzimas como papaína (extraída do mamão verde), bromelina (presente no abacaxi) e ficina (encontrada no figo verde), esses amaciantes quebram as fibras de colágeno da carne, tornando-a mais macia.
2. Amaciantes ácidos
Vinagre, limão, vinho e iogurte são exemplos de ingredientes ácidos que, além de amaciar, agregam sabor e desnaturam as proteínas, deixando a carne mais tenra.
3. Amaciantes mecânicos
Martelo de carne, furadores ou cortes transversais com faca são métodos físicos que rompem as fibras musculares, facilitando o cozimento.
Basta bater uniformemente até a carne ficar ligeiramente mais fina e porosa, de 3 a 5 golpes por lado com o martelo são suficientes.
E os amaciantes industriais?
Muitos produtos comerciais combinam sal, condimentos, realçadores de sabor (como glutamato monossódico) e enzimas. A ação amaciante de fato vem das enzimas —geralmente papaína ou bromelina—, siga as instruções do fabricante.
Quando vale a pena usar amaciante de carne?
Nem todo corte de carne precisa de amaciante — alguns já são naturalmente macios e saborosos, como picanha, filé mignon e bife ancho. Nesses casos, um bom tempero e o ponto certo no fogo são suficientes. No entanto, se você está lidando com cortes de segunda, como coxão duro ou paleta, o amaciante pode ser um grande aliado, especialmente em preparos rápidos ou quando não há tempo para longas marinadas.
Para o dia a dia, cortes como patinho, coxão mole e alcatra ficam perfeitos com um bom martelamento ou uma marinada ácida rápida.
Na grelha, capa de filé, miolo da paleta e outros cortes firmes se beneficiam de marinadas enzimáticas. Por outro lado, corte gordurosos como cupim e costela exigem fogo baixo e tempo de cocção prolongado para ficarem macios, e nenhum amaciante substitui isso.
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Fonte.:Folha de S.Paulo