O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de bombardear o Irã neste sábado (21) criou uma “inflexão na história”.
Em um vídeo publicado no X, o premiê afirmou que os EUA “fez o que nenhum outro país no mundo pôde fazer”. E disse que a “decisão firme” do republicano “vai mudar a história”.
“A história vai lembrar que o presidente Trump agiu para negar ao regime mais perigoso do mundo as armas mais perigosas do mundo. A liderança dele hoje criou uma inflexão na história que pode levar o Oriente Médio e além a um futuro de prosperidade e paz”, seguiu Netanyahu.
“O presidente Trump e eu frequentemente dizemos: paz pela força. Primeiro a paz, depois a força. E hoje a noite, o presidente Trump e os EUA agiram com muita força. Eu, o povo de Israel e as forças da civilização o agradecem.”
O pronunciamento ocorreu após bombardeiros americanos atacarem instalações do programa nuclear da teocracia. “Nós completamos nosso muito bem-sucedido ataque. Um complemento inteiro de bombas foi lançado no alvo primário, Fordow”, afirmou Trump na rede Truth Social ao anunciar a ofensiva.
“Nenhuma outra força armada do mundo poderia fazer isso. AGORA É TEMPO PARA A PAZ”, escreveu, com as usuais maiúsculas.
O ataque vinha sendo especulado desde o meio da semana, quando Trump deixou o distanciamento da ação israelense, inédita em seu escopo em 46 anos de rusgas com a República Islâmica. O americano chegou a ameaçar de morte o líder do Irã, aiatolá Ali Khamenei.
Os bombardeiros atingiram três locais: os bunkers remanescentes de Natanz e Isfahan e a fortaleza de Fordow, enterrada numa montanha iraniana a dezenas de metros abaixo do solo.
Nesta sábado, o chanceler do Irã, Abbas Araghchi, disse que o envolvimento americano no conflito seria “perigoso para todos”.
Enquanto ele falava em Istambul, já estavam no ar bombardeios furtivos ao radar B-2, que haviam levantado voo da base aérea de Whiteman, no Missouri (EUA). Os aviões são os únicos capazes de lançar a superbomba GBU-57, citada por especialistas como capaz de destruir os bunkers profundos do programa nuclear do Irã.
Não se sabe quantos aviões americanos participaram da ação, dando cobertura aos B-2. Há um reforço nas bases militares dos EUA da região, e um grupo de porta-aviões está na região.
O objetivo declarado de Israel, que começou a atacar há uma semana e está sob fogo de mísseis e drones de Teerã, é anular a capacidade dos iranianos de fazer uma bomba atômica totalmente. No meio do caminho, estão matando a liderança militar do país e obliterando suas capacidades de defesa antiaérea e de ataque de longa distância.
A dúvida agora fica sobre a reação do Irã.
Suas opções, em caso de ir para o conflito total com os EUA, é atacar as forças navais americanas na região ou alguma das 19 bases de Washington no Oriente Médio. A principal delas, para operações aéreas, fica no Qatar, do outro lado do Golfo Pérsico.
Teerã também pode causar disrupção no comércio mundial de petróleo se resolver tentar fechar o Estreito de Hormuz, por onde passa mais de 30% da commodity produzida na região —e 90% daquela produzida na Arábia Saudita, aliada dos EUA e rival do Irã.
Fonte.:Folha de S.Paulo