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15 de setembro de 2025

Novo dispositivo aprovado nos EUA tem ação inovadora contra artrite

Novo dispositivo aprovado nos EUA tem ação inovadora contra artrite

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Recentemente, o Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos, aprovou um aparelho do tamanho de uma pílula, o SetPoint System, que pode revolucionar o tratamento da artrite reumatoide.

Essa é uma doença autoimune e crônica que afeta 2 milhões de brasileiros. O tratamento visa controlar a inflamação, aliviar sintomas, prevenir deformidades articulares e preservar a qualidade de vida. Porém, as terapias mais comuns, como os imunossupressores, além de caras, podem causar efeitos colaterais, incluindo aumento do risco de infecções pela supressão do sistema imunológico.

A artrite reumatoide está associada a uma inflamação que leva o corpo a atacar as próprias articulações, e o dispositivo recém-aprovado, após implantado na lateral do pescoço, emite pulsos elétricos que estimulam o nervo vago, responsável por regular o sistema imunológico e a resposta inflamatória, assim ajudando a reduzir a inflamação, as dores e a progressão da doença.

Estudos mostram eficácia do aparelho

Em estudo clínico, após 12 semanas de uso, 35% dos pacientes tiveram redução de pelo menos 20% nos sintomas, contra 24% no grupo controle.

Ao longo de 12 meses, observou-se melhora da atividade da doença e, após um ano, 75% permaneceram sem necessidade de medicamentos. O tratamento foi bem tolerado, com menos de 2% de eventos adversos graves.

É uma opção não farmacológica, com menos efeitos adversos e tratamento de longa duração, pois emite impulsos elétricos por até 10 anos. Pesquisadores já planejam investigar seu uso em outras doenças autoimunes, como esclerose múltipla e doença de Crohn.

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Sem previsão para o Brasil

A comercialização deve começar esse ano em algumas cidades americanas, com expansão em 2026.

Mas não há previsão para chegar ao Brasil. Vale ressaltar que se trata de um tratamento de exceção, indicado para casos em que o paciente não responde bem ou não tolera as abordagens convencionais.

E ainda deve demorar até que seja amplamente utilizado, pelo alto custo e para observação dos resultados na prática clínica.

+Leia também: Demora no diagnóstico de artrite reumatoide reduz a qualidade de vida

Tratamentos atuais para artrite reumatoide ainda são limitados

Hoje, o tratamento envolve anti-inflamatórios e corticoides, que aliviam a dor e a inflamação, mas não impedem a progressão da doença; e medicamentos chamados dMARDS, que modulam o sistema imunológico para reduzir a inflamação e retardar a destruição das articulações.

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Porém, estes fármacos podem causar problemas gastrointestinais, alterações no fígado e nas células sanguíneas, além de aumentaram o risco de infecções.

Existem também medicamentos biológicos da mesma classe, que são mais específicos e, logo, mais eficazes. Mas são reservados para pacientes que não responderam ao tratamento com os dMARDS convencionais, pois são mais caros e têm risco maior de infecção.

O que é essencial

Mudanças de hábitos, prática de exercícios e sessões de fisioterapia também são essenciais. E quanto mais cedo a artrite reumatoide é diagnosticada, melhor é a resposta ao tratamento.

Ao notar sintomas como rigidez matinal, fadiga constante e dor e inchaço persistente em mais de uma articulação, é fundamental buscar um médico especialista.

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Fernando Jorge é médico ortopedista, especialista em cirurgias de joelho e quadril, medicina regenerativa e medicina intervencionista da dor. Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e mestre em biomecânica do aparelho locomotor pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). 

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Fonte.:Saúde Abril

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