Durante o programa Café com a Gazeta do Povo desta segunda-feira (16), a comentarista Cristina Graeml afirmou que “o que Dino fez no 8/1 é passível de punição”. A jornalista relaciona a omissão do então ministro da Justiça Flávio Dino, no dia 8 de janeiro de 2023, com as consequências dos atos daquele domingo.
Segundo Cristina, sendo agente público e tendo condições de impedir a depredação de patrimônio cometida por infiltrados, o agora ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), colaborou para a extensão dos problemas ao segurar a Força Nacional na garagem do prédio do Ministério da Justiça.
“Ele deveria responder no mínimo por omissão por não ter tomado a decisão certa. Há provas de que isso aconteceu e a atitude de Dino fez com que milhares de pessoas inocentes tomassem bomba na cabeça e corressem risco de morte. A narrativa que e criou em torno do dia 8/1 tem a contribuição do ex-ministro da Justiça”, ressaltou.
A jornalista relembra que muitos alertas foram fornecidos pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) às autoridades de que algo poderia acontecer. “Dino deveria ter acionado as forças de segurança para proteger manifestantes e guardas os prédios públicos”, disse.
STF condena mãe de sete filhos a 14 anos de prisão pelo 8 de janeiro
A cantora e jornalista Gisele Alves Guedes de Moraes, de 38 anos, moradora de Planaltina (DF), foi condenada a 14 anos de prisão em regime fechado por participação nos atos do dia 8 de janeiro de 2023. A decisão foi tomada em julgamento virtual pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que terminou neste sábado (14).
O voto vencedor foi o do ministro Alexandre de Moraes, que condenou a cantora pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada. O entendimento de Moraes foi seguido pelos ministros Flávio Dino e Cármen Lúcia. Os votos vencidos foram de Cristiano Zanin, que propôs a redução da pena para 11 anos, e de Luiz Fux, que sugeriu pena de quatro anos.
Gisele é mãe de sete filhos — cinco deles menores de idade, incluindo uma bebê de um ano — e responde ao processo em liberdade até agora. Ela nunca havia sido presa nem fez uso de tornozeleira eletrônica. Durante o julgamento no STF, Moraes a incluiu no grupo de réus acusados de executar materialmente os atos considerados golpistas, mesmo sem apresentar provas de participação da cantora no vandalismo ou em qualquer um dos crimes imputados. A pena de 14 anos, indicada pelo STF, é maior que as aplicadas a homicidas e traficantes.
O caso gerou atenção pelo perfil da ré e por sua condição familiar e de saúde. Gisele sofre de enfisema pulmonar, doença crônica e degenerativa, o que, segundo seus advogados, inviabilizaria o cumprimento da pena em ambiente prisional. Diante disso, a defesa solicitou que, caso a condenação seja mantida, seja concedida prisão domiciliar, com base nos artigos 318, incisos IV e V, do Código de Processo Penal.
Fonte. Gazeta do Povo