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14 de setembro de 2025

O que é uma monarquia absolutista?

O que é uma monarquia absolutista?

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O reinado de Luís XIV, na França, foi o mais longo da história da Europa, com 72 anos de vigência – de 1643 a 1715.

Luís XIV, conhecido como Rei Sol, influenciou hábitos e costumes da nobreza de toda a Europa em uma monarquia absolutista, um dos regimes de poder mais antigos do mundo. 

Cercado de tradição e normas de etiqueta no luxuoso Palácio de Versalhes, o monarca supostamente seria autor da frase L’État c’est moi (O Estado sou eu, em tradução livre), retratando a concentração dos poderes Executivo, Legislativo e Judicial nas mãos do rei. 

Apesar de ser cada vez mais incomum, o sistema político ainda é vigente em alguns países. 

O que é uma monarquia absolutista? 

Retrato do rei da França Louis XIV, por Hyacinthe Rigaud, de 1701 • Universal History Archive/Universal Images Group via Getty Images
Retrato do rei da França Louis XIV, por Hyacinthe Rigaud, de 1701 • Universal History Archive/Universal Images Group via Getty Images

Nesta forma de governo, o monarca exerce a função de chefe de Estado e tem o poder total e ilimitado sobre o país. Desta forma, o rei não precisa prestar contas a um parlamento ou a qualquer outra instituição. 

O rei também detém poderes para declarar guerra a outros países, impor ordens ao exército, executar a Justiça conforme achar necessário, além de nomear cargos e controlar a economia nacional.

Em entrevista à CNN, o professor de Relações Internacionais Renato de Almeida afirmou que a monarquia foi o sistema predominante em todo o mundo até o século XIX. “Podemos encontrar exemplos em vários continentes e civilizações, inclusive Incas, Maias e Astecas”. 

O aspecto mais importante neste formato de governo é a concentração de poder nas mãos de um monarca e de sua família na gestão de um país. 

“Em geral, os cargos mais importantes são divididos entre os membros do clã dominante e a sucessão se dá sempre respeitando uma ordem cronológica de descendentes ou hereditariedade”, pontuou Almeida.

Entre os séculos 16 e 19, a monarquia absolutista era o sistema mais forte de governo e representava influência, domínio, força militar e expansionismo territorial. 

Neste sistema político, a participação popular é restrita e, portanto, suscetível a movimentos internos de rebelião. Para que a monarquia se mantenha, “é preciso manter acesa a noção do bem-estar social a fim de manter a população sob domínio, controle e segurança”, explica o especialista.

 

Direitos divinos dos reis

Frequentemente, o governo absolutista é atribuído a “direitos divinos”. Em tese, isso significa que o rei foi escolhido por Deus para governar aquela nação, não existindo restrições de mandato ou participação da escolha popular. 

A sustentação eleva a proximidade entre sistemas absolutistas e a religião. Para a Igreja, a crença reforçava que os reis eram soberanos e não estavam sujeitos a quaisquer leis. 

Além disso, qualquer desafio à autoridade dos soberanos poderia ser visto como um ato contra a vontade divina.

Saiba quais países são monarquias absolutistas

Atualmente, seis países ainda mantêm a monarquia absolutista como forma de governo. Veja quais são a seguir:

  • Arábia Saudita
  • Brunei
  • Omã
  • Catar 
  • Emirados Árabes Unidos 
  • Suazilândia

Nesses países, os regimes são considerados fortes e com baixíssima participação popular. “Podem ser ditatoriais, promovendo a perseguição aos inimigos do regime, muitas vezes resultando em arbitrariedades”, acrescenta Renato de Almeida.  

“A existência dessas monarquias absolutas pode estar relacionada às características de organização a partir de tribos e clãs, onde os laços de parentesco são predominantes em toda a organização da política e do poder”, pontua o especialista.

Em entrevista à CNN, a advogada internacionalista Talita Dal Lago Fermanian explica que atualmente existem 43 monarquias no mundo, distribuídas principalmente entre monarquias parlamentaristas e absolutistas.

A maioria — cerca de 37 — é de monarquias parlamentaristas, onde o rei ou rainha exerce funções simbólicas e o poder político está nas mãos de parlamentos e primeiros-ministros eleitos. 

Exemplos incluem o Reino Unido, Suécia, Japão, Espanha, Bélgica, Noruega, Marrocos e Tailândia.



Fonte: CNN Brasil

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