11:41 AM
15 de agosto de 2025

O que são fintechs e como elas mudaram o sistema financeiro brasileiro

O que são fintechs e como elas mudaram o sistema financeiro brasileiro

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Os números mostram a força da mudança: entre junho de 2020 e dezembro de 2023, o número de pessoas físicas atendidas por fintechs de crédito e pagamento saltou de 3 milhões para 100 milhões — alta de 3.000%, ante crescimento de 80% entre os cinco maiores bancos no mesmo período. No setor de cartões, a participação de emissores não-bancários subiu de 0,78% em 2019 para 13,7% em 2023. O Pix é outro símbolo dessa transformação: só em 2024, movimentou mais de R$ 26 trilhões. Hoje, quase mil instituições participam do ecossistema, das quais cerca de 200 são instituições de pagamento, especializadas em operações desse tipo.

Apesar da variedade de modelos de negócio, grande parte dessas empresas é autorizada, regulada e supervisionada pelo BC (Banco Central) e se submete às mesmas regras impostas aos bancos.

Isso inclui a exigência de ter programas robustos de prevenção à lavagem de dinheiro e combate ao financiamento do terrorismo (PLD/FTP), medidas contra fraudes, e rígidos protocolos de segurança cibernética. Estão entre as obrigações conhecer clientes, funcionários e parceiros, monitorar transações e comunicar operações suspeitas ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras, órgão vinculado ao BC), e manter políticas que assegurem a integridade e a disponibilidade de dados. No que diz respeito ao Pix, há ainda exigências como oferecer o MED (Mecanismo Especial de Devolução), para casos de fraude, e estabelecer limites de valor em operações noturnas.

Além de seguir regras rígidas, muitas fintechs assumem protagonismo no reforço da segurança do sistema financeiro.

Nesse sentido, tais empresas estão na linha de frente de iniciativas de combate a fraudes e crimes cibernéticos. Um exemplo é a colaboração com o Projeto Tentáculos, da Polícia Federal, que reúne informações de notícias-crime para mapear e coibir fraudes bancárias. Outro é o apoio ao Projeto Celular Seguro, do Ministério da Justiça, que permite o bloqueio imediato de aplicativos financeiros em casos de roubo de telefone. As fintechs participam de fóruns estratégicos, como a Enccla (Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro) e a Aliança Nacional de Combate a Golpes e Fraudes Bancárias Digitais, que promovem a cooperação entre setor público e privado.

Vale lembrar que “fintech” é um rótulo amplo, que abriga diferentes modelos de negócio. No campo dos pagamentos, por exemplo, estão as instituições de pagamento — reguladas pelo BC e responsáveis por avanços decisivos no setor na última década. Já no crédito, aparecem as sociedades de crédito direto, ou fintechs de crédito, que operam totalmente online, oferecendo empréstimos com recursos próprios, sem captar depósitos do público. Cada tipo possui regras específicas, mas todas fazem parte de um arcabouço regulatório robusto que sustenta a confiança e a estabilidade.



Fonte.:UOL Tecnologia.:

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