10:23 PM
30 de outubro de 2025

o que se sabe sobre o traficante decapitado

o que se sabe sobre o traficante decapitado

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No dia seguinte à operação policial nos complexos do Alemão e da Penha, ocorrida na terça-feira (28), ganhou força nas redes sociais o vídeo de um jovem decapitado na área de mata das favelas, que foi usada como rota de fuga dos criminosos ligados ao Comando Vermelho.

Críticos da operação passaram a alegar que policiais teriam cortado a cabeça do rapaz durante o confronto. O Partido Socialista Brasileiro (PSB), por exemplo, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (29), manifestação na ADPF 635 acusando o Estado do Rio de Janeiro de “graves violações de direitos humanos” e citando a decapitação como de autoria dos policiais. O partido também relata que muitos dos corpos apresentavam sinais de execução, como tiros na testa e nas costas, mãos amarradas e marcas de esfaqueamento.

Mas as forças de segurança do Rio de Janeiro consideram outra hipótese: a de que, durante a madrugada pós-operação, os próprios membros da facção teriam forjado ferimentos nos corpos abatidos ao longo do dia para inflar a opinião pública contra a polícia.

Na manhã de quarta-feira, moradores da Penha afirmaram ter encontrado dezenas de corpos durante a madrugada na área de mata da Serra da Misericórdia. Os corpos foram enfileirados e geraram imagens fortes, que repercutiram internacionalmente. No entanto, antes de exibir os corpos, os moradores retiraram de vários deles roupas camufladas, que os vinculavam ao confronto armado contra policiais.

Em vista disso, a 22ª Delegacia de Polícia (Penha) instaurou um inquérito para apurar suposta fraude processual por parte de moradores na remoção dos corpos e na retirada das roupas táticas usadas pelos criminosos. Segundo o secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, a exposição dos cadáveres em praça pública distorceu o trabalho das forças de segurança e será investigada como possível tentativa de manipulação de provas.

Jovem decapitado publicava fotos com fuzis e morreu trajando roupas militares

O jovem decapitado é Yago Ravel Rodrigues, de 19 anos. Em um vídeo que circulou nas redes sociais, sua tia acusa a polícia e diz que ele não tinha antecedentes criminais, nem nenhum envolvimento com o Comando Vermelho. “Era um menino do bem, tranquilo, não precisava de nada do que aconteceu com ele.”

Apesar disso, no perfil do rapaz nas redes sociais há diversas fotos dele portando fuzis em áreas públicas. Nas imagens, o rapaz escondia o número da placa da sua motocicleta.

No vídeo que mostra seu corpo na área de mata, Ravel trajava roupas militares camufladas, confirmando sua participação no confronto. No vídeo, o autor da gravação diz: “Olha o que fizeram com o Ravel, chefe. Se rendeu, não deram nenhum tiro nele”.

Polícia Civil diz que perícia dirá se lesão foi provocada antes ou depois do óbito

Em coletiva de imprensa no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) nesta quarta-feira, o secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro foi questionado sobre o jovem decapitado. “Quem disse que quem cortou a cabeça não foi o pessoal que foi buscar o corpo? Quem disse que foi a polícia que cortou a cabeça dele? Os criminosos podem ter feito novas lesões nos corpos, justamente para chamar a atenção da imprensa”, disse.

Felipe Curi também acusou de “vilipêndio de cadáver” os moradores dos complexos da Penha e do Alemão que retiraram e manipularam os corpos. O secretário afirmou, ainda, que moradores usaram carros roubados para transportar os corpos até a praça São Lucas, onde foram expostos. “Ou seja, muitos marginais fizeram a remoção desses corpos”, declarou.

Na mesma coletiva, o secretário de Segurança, Victor Santos, disse que a perícia do Instituto Médico Legal (IML) vai determinar a origem das lesões. “A perícia é capaz de identificar se uma lesão foi produzida num corpo vivo ou morto. Então, quanto a isso, a gente está bem tranquilo, porque a prova material é a que vai valer para que isso seja avaliado no que o foro é competente, que é a Justiça”, disse Santos.



Fonte. Gazeta do Povo

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