Do campo à mesa, a produção rural ganha novos sabores e possibilidades. O leite pode se transformar em queijos e iogurtes artesanais, enquanto frutas e hortaliças colhidas nas propriedades dão origem a compotas e geleias. Para incentivar formas de agregar valor ao que é produzido no meio rural e ampliar a geração de renda, a programação da Ruraltur MS – maior feira de turismo rural do Estado promovida pelo Sebrae, nessa quinta (21) e sexta-feira (22), na Feira Central de Campo Grande – promoveu oficinas práticas, no formato “mão na massa”, realizadas em unidades móveis de Queijaria e Agro Horti.

No primeiro dia de evento, cursos para o preparo de queijo frescal, filagem de muçarela, cocada cremosa e tomate confit fizeram parte do cronograma. Já, no segundo dia, as qualificações foram focadas na produção de queijo delactosado, iogurte, barrinhas de banana com castanha de baru, e galeia de abacaxi com espeçarias de guavira.

Cerca de 200 pessoas participaram dos dois dias de capacitações, como a produtora de hortaliças, Rita Gomes. De Aquidauana, ela veio à Campo Grande, exclusivamente para a Ruraltur e decidiu fazer o curso de cocada cremosa par aprender novas formas de utilizar os produtos naturais. “Eu quero aprender porque também vou trabalhar com produtos do cerrado, eu já faço biscoitinhos e pequi e de bocaiuva, e esse curso pode complementar uma renda extra”, explicou.

Outra participante foi Vani Bacelar que enxergou na capacitação para a produção de filagem de muçarela uma oportunidade de gerar um novo produto para a venda, a partir de parcerias com outros produtores. “A minha mãe mora na área rural e tem muitos vizinhos perto que vendem o leite. Então, com esse curso dá para produzir queijos sem necessariamente precisar produzir o leite também, seja para o consumo da família ou para vender”, afirmou.

Além de produtores rurais, as capacitações “mão na massa” atraíram quem vive na cidade e possui interesse em aprender a confeccionar esse tipo de produto como é o caso do professor de história, Matheus Cintra, que fez o curso de queijo frescal. “Para mim esse curso vai agregar na questão de produzir as coisas em casa ou ter mesmo o conhecimento e poder passar isso enquanto professor para os meus alunos”, relatou.

Conhecimento para melhorar a produção

Durante a Ruraltur MS, produtores rurais também tiveram a oportunidade de obter conhecimento para a melhoria da produção. No segundo dia de evento, a programação trouxe uma tarde de palestras que abordaram temáticas relacionadas ao cultivo de hortifrútis, com a apresentação de tendências, boas práticas de colheita e embalagem, além de falar sobre pecuária leiteira.

Um dos participantes foi o produtor rural Paulo Constantino, que veio do Assentamento Guaicurus, em Terenos, em busca de aprendizado. Paulo assistiu a quatro palestras, mas a que mais lhe chamou a atenção foi sobre o leite A2A2 – obtido de vacas que produzem apenas a proteína beta-caseína A2. Diferente do leite comum, que contém a beta-caseína A1, essa variação é mais fácil de digerir e pode reduzir o desconforto em pessoas sensíveis à proteína tradicional.

Segundo Paulo, esse tipo de conhecimento pode ajudá-lo a ampliar as possibilidades de venda. “O mercado do leite contempla todo tipo de consumidor, até mesmo quem tem intolerância à lactose. Nessa palestra eu aprendi a como identificar as vacas que podem produzir um leite que não prejudique essas pessoas. Meu interesse é levar esse conhecimento para aumentar a nossa renda do assentamento com outro tipo de produção”, destacou.

Para obter mais informações sobre as ações promovidas pelo Sebrae/MS voltada a qualificação de produtores rurais acesse o site ms.sebrae.com.br ou entre em contato com a Central de Relacionamento por meio do número 0800 570 0800.

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