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7 de setembro de 2025

Opep+ vai aumentar a produção de petróleo – 07/09/2025 – Mercado

Opep+ vai aumentar a produção de petróleo – 07/09/2025 – Mercado

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O cartel de petróleo Opep+ concordou em aumentar a produção novamente em outubro, enquanto o grupo produtor liderado pela Arábia Saudita continua uma campanha de seis meses para recuperar participação de mercado, mesmo com o enfraquecimento da demanda global.

A decisão, que deve pesar sobre os preços do petróleo, fornece mais uma confirmação de que a Arábia Saudita abandonou sua busca por preços mais altos e está focada em aumentar a receita, restaurando o máximo possível de sua produção ociosa.

Oito membros do grupo, incluindo Arábia Saudita, Iraque e Emirados Árabes Unidos, anunciaram que aumentariam sua cota de produção combinada em 137 mil barris por dia no próximo mês. No entanto, analistas afirmaram que apenas a Arábia Saudita, e potencialmente os Emirados Árabes Unidos, conseguiriam aumentar a oferta, visto que a maioria dos outros membros já estava bombeando perto da capacidade máxima.

Como resultado, os membros da Opep+ estimam que o aumento real na produção em outubro pode ser de apenas 60 mil b/d, de acordo com uma pessoa familiarizada com as discussões.

Os oito países já aumentaram sua meta de produção de petróleo em cerca de 2,5 milhões de b/d este ano, tendo desfeito rapidamente uma primeira série de cortes de produção desde abril. Em vez de aproveitar a oportunidade para suspender os aumentos, o anúncio de domingo significa que o grupo começará a desfazer uma segunda série de cortes de produção, em vigor desde abril de 2023, totalizando 1,65 milhão de b/d.

No entanto, o cartel não forneceu orientações sobre os níveis de produção além de outubro, afirmando apenas que os 1,65 milhões de b/d de produção seriam devolvidos, em parte ou integralmente, de “maneira gradual” e “sujeito à evolução das condições de mercado”.

Até agora, a Arábia Saudita e os outros membros da Opep+ conseguiram aumentar a produção este ano sem reduzir significativamente os preços. O petróleo Brent fechou na sexta-feira a US$ 65,50 o barril, queda de 2,2% no dia, com os traders avaliando a possibilidade de futuros aumentos da Opep+. No entanto, esse valor ainda está acima da mínima de US$ 58 o barril em abril.

Os preços foram sustentados pelas sanções contínuas à Rússia e ao Irã, e pela alta demanda sazonal da temporada de viagens de verão no hemisfério norte.

A Arábia Saudita e outros membros da Opep+ acreditam que há demanda suficiente para absorver a produção adicional, no entanto, alguns traders já estão prevendo um superávit no final do ano.

“Foi relativamente tranquilo para a OPEP+ aumentar a produção no segundo e terceiro trimestres, mas o verdadeiro teste virá no quarto trimestre, quando o excedente de barris inundar o sistema”, disse Jorge León, ex-funcionário da OPEP, agora na consultoria de energia Rystad. A medida de hoje não deixou “nenhuma dúvida” de que o grupo buscava “participação de mercado”, acrescentou.

Um terceiro conjunto de cortes de produção, totalizando 2 milhões de b/d e compartilhados entre todos os 22 membros do cartel, está programado para permanecer em vigor até o final de 2026.

Os cortes, anunciados pela primeira vez em outubro de 2022, inicialmente ajudaram a sustentar os preços, com os preços do petróleo Brent atingindo uma média de US$ 101 por barril em 2022 e US$ 82 em 2023. Mas eles se tornaram menos eficazes com o tempo.

As medidas também criaram tensões internas, pois o cartel perdeu participação de mercado e alguns membros produziram mais do que suas cotas atribuídas.

No final das contas, a Arábia Saudita, que reduziu sua própria produção em 2 milhões de b/d, ficou frustrada por arcar com a maior parte dos cortes e começou a pressionar os membros para restaurar a produção no início deste ano.

Os custos políticos e econômicos da manutenção dos cortes se tornaram altos demais, segundo pessoas familiarizadas com o pensamento da Arábia Saudita. Ao restaurar a produção rapidamente, Riad também poderá avaliar a capacidade de produção de cada membro com vistas a potencialmente renegociar as cotas no futuro, disseram as pessoas. O Ministério da Energia saudita não quis comentar.



Fonte.:Folha de S.Paulo

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